Um
gato passa correndo por Charles e os pingüins. O som dos trovões
evaporam, como se fossem éter, nenhuma nuvem no céu, todas elas
fugiram. As luas brilham imponentes apenas. Nem sinal de tempestade
instantnea, que embora incomuns acontecem, duram sempre exatos 13
segundos e são consideradas em muitos lugares, um sinal de mau agouro.
Da
rua paralela era possível distinguir ao longe o porto e nas
proximidades o bairro de Pugsville, construído dentro de uma grande
cratera, ao longe a fumaça de diversas fábricas e suas luzes
intrigantes, nunca o rapaz entrara em nenhuma delas. Mas é o porto que
lhe atrai como imã, toda sua atenção e alegria. Até esqueceu que estava
sem roupas.
Os
pingüins continuavam a segui-lo, desajeitados, conversando algo entre
si e sempre que o rapaz os observava, rapidamente eles retrucavam o
olhar, parando de falar com seus demais colegas, como se Charles fosse
seu patético líder, mais alto e mais esquálido e depenado.
Aparentemente prontos para receber algum comando.
O jovem voltava a andar e as aves a papear entre si.
Naquele
momento o rapaz pode notar, um vulto grande branco e brilhante que
pulava de telhado em telhado, das casas construídas em Pugsville,
esforçando-se um pouco mais sua visão o jovem nu, pode ver também um
homem oriental com trajes de monge, correndo ao lado do ponto maior e
mais alvo, que talvez fosse alguém usando um casaco de peles de urso
polar.
Os
Pingüins subitamente começaram a dispersar e pular em cada fresta da
ruas, como se estivessem escondendo-se de algo, rápidos e seqüenciais.
Bem rápidos alias.
Distraído
com a repentina correria das aves, foi por questão de centímetros que
um corpo humano em vestes negras arremessado diretamente dos telhados
de Pugsville não o atingiu em cheio, derrubando a parede da casa logo a
sua esquerda.13