Tecnologias no Ocidente Europeu
Se for verdade que a civilização romana não ficou famosa por suas descobertas em termos de ciências naturais, por outro lado, a grandeza de seus feitos tecnológicos até hoje impressiona já que não foram ultrapassados em nível de tecnologia até o século XIX, a não ser pelos povos sumérios. E vale ressaltar que mesmo durante o apogeu do Império Romano a população de suas cidades não ultrapassava os 20 milhões e sua taxa de urbanização era estimada entre 25 e 30% (a mesma taxa de urbanização da Inglaterra no ano de 1780) em comparação na Europa de 1500 já existiam cinco milhões de pessoas vivendo em cidades e a taxa de urbanização era de apenas 8%. Além disso, algumas das regiões que anteriormente eram mais desenvolvidas ficavam onde o percurso de invasores bárbaros era mais intenso, provocando a fuga em massa de moradores (caso da Espanha e do norte da Itália). De qualquer forma, quando a sociedade romana se desestruturou não havia mais escravos, dinheiro ou estabilidade política para manter a infra-estrutura e o estoque de bens de capital deixada por eles. Várias técnicas, como a fabricação e manuseio de vidros e a noção de perspectiva nas pinturas, a colheitadeira movida a burro, os guindastes, engrenagens diferenciais, esgotos, aquedutos, ligas de ferro fundido, rotação de culturas, navios mercantes de grande capacidade e o concreto acabaram abandonadas e precisaram ser redescobertas mais tarde.
O período de 1100 a 1300 já foi chamado de
Revolução Industrial da Idade Média, pelas inovações na forma de utilizar os meios de produção e o aumento radical no número de invenções.
Com o tempo a sociedade foi se estabilizando e, em certos aspectos, no século IX o retrocesso causado pelas migrações já estava revertido. Na virada do milênio, a sociedade européia ocidental já não apresentava mais as mesmas características de medo e confusão que marcaram os séculos anteriores. Por volta de 1100, o mesmo ciclo de prosperidade que impulsionou a produção científica traz também grande impacto na área da técnica. Ocorrem muitas inovações na forma de utilizar os meios tradicionais de produção. No setor agrícola, por exemplo, foi essencial o desenvolvimentos de ferramentas como a charrua, o peitoral, o uso de ferraduras, e a utilização de moinhos d'água. O estilo mais rústico romnico, dá lugar ao gótico que foi possibilitado por diversos avanços nas técnicas arquitetônicas que foram aplicadas à construção das catedrais.
Esse período já foi chamado de a Revolução Industrial da Idade Média, pois aliou a importação de tecnologias com um aumento radical no número de invenções. Presenciaram-se descobertas como as dos óculos no século XIII, da prensa móvel no século XV, o aperfeiçoamento da tecnologia da pólvora (descoberta na China) e a invenção dos relógios mecnicos, que se espalharam nos ambientes urbanos. Muito importantes foram também avanços em instrumentos como a bússola e o astrolábio, que, somados às mudanças na confecção de mapas e à invenção das caravelas, tornaram possível a expansão marítimo-comercial Européia do início da Idade Moderna