MODIGLIANE
Quando o teu corpo adoçava o tempo
Rogério Martins Simões
Quanto no teu olhar
reluzia a sedução,
cristais acenavam
em teu corpo
descoberto…
E o meu corpo,
Em teu corpo
Adoçava.
Era um só corpo
que abraçava,
a todo o tempo,
quando o tempo
contigo dançava,
num sémen,
onde o desejo
não era abstracto
e recomeçava…
Além de nós,
havia um tempo
que anunciava
um vento criador.
Uma ligeira brisa
separava
os nossos corpos do fogo…
Depois, eras a diva
num período de advento,
trazias no teu corpo
estrelícias
de chuva e vento…
Logo, a terra, nos revestia
de volúpia
para que
recomeçássemos…
Suspiros
da procriação
misturavam-se,
em cores férteis,
nos corpos nus…
(cio da natureza,
entreaberto…)
Depressa a natureza
descobriu
desvarios
sem tempo,
de um tempo
de germinação,
E não mais o vento
te esfriou o calor,
com que te avermelhou
o rosto,
em contratempo...
Que rápido
passou o tempo
através de nós,
momento
a momento,
quando no teu corpo
adoçava o vento…
Lisboa, 05-11-2007 22:44