No crepitar de estilhaços
de estrelas que dos espaços
vêm morrer sobre a rua
crucificámos abraços
encruzilhados nos passos
que a noite nua desnua
nas nossas bocas unidas
sagrámos todas as feridas
dos beijos amordaçados
salvámos vidas as vidas
que andam na rua perdidas
como num mar de afogados