ORVALHANDO
Orvalhando
Sou como a névoa
suave que se ergue
do rio e se dissemina
nos campos orvalhando
as flores;antes da
chegada do sol a dissipar-me.
Surdo é o meu sono
que despertará somente com
o meu canto.
Ergo os ventos do meu outono
a soprar e espumar sobre o teu
pálido rosto, branco como a neve,
sobre o chão que piso e pelo dia
que já amanheceu em mim.
Semeio no ar o teu olhar e como a
névoa que preme as ondas, faço
de ti um fogo no temporal.
o.vasconcelos