ENCONTRA-ME NO OUTONO Sinto-me açoitada pelo vento da adversidade, começo a amarelar. Nas minhas intensas nuaces, desprendo-me suavemente de quem me sustenta por um tempo contado, em cujo balanço, imperceptível do vento, pouso solitária e retraída nas ruas e calçadas. Aumento de volume quando me acumulas, e encho-me de atrevimento fazendo dourar o passeio público. Sou no teu céu cinzento, folhas, desprendidas sobre os ventos alísios. Morre em ti o inverno gelado, encontra-me no outono. o.vasconcelos
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