Num pranto de esperanças,
Recorre-se ao firmamento,
Flutua-se nessas ondas de algodão,
Enrolam-se os pensamentos no vento,
Sucumbe-se nas gotas de orvalho,
Rodopia-se intensamente num voo só.
É assim ser poeta do tempo,
Poeta de palavras doces,
Cingidas pelas marcas do destino fatal.
Imobilizando este corpo cansado,
Procura-se um chão, ou talvez um vale,
Ao longe vê-se as areias que sopram numa tempestade desmedida,
Num beijo tocado pelo vento, respirando esse ar que alimenta,
Partimos á descoberta de um ser inevitavelmente imenso,
Imenso em emoções, imenso de um só sentir,
Esboço de um poeta…

Texto: Renata Pereira Correia
Imagem: Alba Luna