Por Ana Lucia Santana |
Jovem universitário, ele se graduou em Direito na Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), em 1933. Neste período ele conheceu a doutrina marxista, que lhe renderia pelo menos sete detenções. Cumprido seu objetivo acadêmico, viu-se livre para tentar o teatro de revista, gênero no qual ele criava, compunha e interpretava.
Logo depois fez sua entrada na esfera do gênero musical popular, compondo ‘Menina, Eu Sei de uma Coisa’, ao lado de Custódio Mesquita, gravada por Mário Reis em 1935. Três anos mais tarde sua composição ‘Nada Além’, nascida da mesma parceria, foi gravada por Orlando Silva.
Suas canções mais célebres são ‘Ai que saudades da Amélia’, que consagrou o mito da mulher submissa, ‘Atire a primeira pedra’ – as duas são frutos do trabalho em conjunto com Ataulfo Alves -, ‘Chocolate’, e a marchinha de carnaval ‘Aurora’, imortalizada na voz de Carmen Miranda.
Mário atuou como intérprete e roteirista na Rádio Nacional, mas só se tornou popularmente conhecido na TV, particularmente na Rede Globo, por sua interpretação em novelas como ‘O Casarão’, ‘Nina’, ‘Brilhante’, ‘Barriga de Aluguel’, entre outras. Seu trabalho interpretativo estendeu-se igualmente a diversas peças e filmes, como o consagrado ‘Terra em Transe’, obra-prima do Cinema Novo, dirigida por seu maior representante, Glauber Rocha.
No campo literário o artista também marcou espaço com publicações como ‘Na Rolança do Tempo’, lançada em 1976; ‘Bagaço de Beira-Estrada’, de 1977; ‘Meia Porção de Sarapatel’, publicada em 1986. A escritora Mônica Velloso inscreveu na história sua biografia, ‘Mário Lago: boêmia e política’, levada a público em 1988. Outra honra, Mário recebeu da Escola de Samba Acadêmicos de Santa Cruz, em 2001, quando ela criou seu samba-enredo em torno de sua trajetória artística.
Neste mesmo ano ele recebeu o Troféu Domingão do Faustão, pelo conjunto de sua jornada nas artes; este prêmio foi convertido, em 2002, no Troféu Mário Lago, a partir daí sempre concedido aos ícones da teledramaturgia. Das mãos do então presidente da Cmara, Aécio Neves, ele recebeu, na mesma época, a Ordem do Mérito Parlamentar.
Mário passou a maior parte de sua existência ao lado da esposa Zeli, por quem se apaixonou justamente em uma movimentação política. Ele ficou viúvo em 1997, mas desta relação nasceram cinco filhos – Antônio Henrique, Graça Maria, Mário Lago Filho, Luiz Carlos e Vanda.
O artista morreu em 30 de maio de 2002, na cidade do Rio de Janeiro, vítima, aos noventa anos, de enfisema pulmonar, quando preparava sua própria biografia. Ele acreditava, neste período, que chegaria a completar 100 anos.
Fontes:
http://pt.wikipedia.org/wiki/Mário_Lago
http://www.e-biografias.net/biografias/mario_lago.php