“Durante mil anos tu, negro, sofreste como um animal. Tuas cinzas foram espalhadas ao vento do deserto. Teus tiranos construíram os templos mágicos e brilhantes, onde preservam o teu sofrimento: o bárbaro direito dos punhos e o direito branco ao chicote. Tu tinhas direito de morrer, também podias chorar (...) Enquanto rompes tuas cadeias, os grilhões pesados, os templos malvados e cruéis irão para não voltar mais. Um Congo livre e bravo surgirá da alma negra, um Congo livre e bravo, o florescer negro, a semente negra!”
Este poema foi escrito por Patrice Lumumba, líder nacionalista do Congo (hoje Zaire), assassinado por guerrilheiros contrários à democracia. Lumumba converteu-se em uma das mais tocantes figuras da história da África. Líder socialista, tornou-se em 1960 o primeiro-ministro da nova República Democrática do Congo. Além de político, era poeta, escritor e filósofo. A vida de Lumumba é uma lição de persistência e resistência, mas também de amor e solidariedade.
Lumumba foi assassinado pelas tropas do ditador Joseph Mobutu, que era contra as aspirações “por demais democráticas” do primeiro-ministro. Diz-se que Patrice Lumumba foi assassinado com ajuda da CIA. Depois de preso, torturado e baleado na cabeça o seu corpo foi dissolvido em ácido clorídrico.
Patrice Lumumba, este nome é hoje um hino à liberdade e à democracia.