A TERRA AINDA VIVE; ATÉ QUANDO?
Pilar Casagrande
O aumento das indústrias, mundo inteiro,
Poluem os céus, a terra, oceanos, mares,
Com os átomos soltos, os azares;
Deixam o deus Plutão mais prazenteiro.
Submarinos, foguetes e navios.
Bomba atômica, lixo aos montões!
Na terra e mar, com mais outros senões,
Perigo sem cessar, curtos pavios.
Por toda parte espalha-se o deserto,
Com ardente sol surgem as imagens
Ao longe, no horizonte sem folhagens;
Fantasmas trazem água e o pão incerto.
Sem floresta, as chuvas lexíviam
As terras férteis, húmus para o mar
Levam de roldão, anos sem cessar,
Deixando mortas as plantas que as serviam.
Boçorocas são rugas da tristeza,
Na terra linda face ensolarada,
Por onde a linfa, lágrima chorada,
Veloz se escoa em sua singeleza.
Adeus plantas, silvestres animais,
Adeus minérios, pedras preciosas,
Adeus cereais e frutas saborosas,
Adeus vida terrena, envolta em ais!
Rio Claro/SP - BRASIL