Quando a noite veio Naquela noite de verão E trouxe lembrança antiga Uma tristeza imemorial Das nossas mãos distantes
Eu vinha te procurar E percorrí as velhas alamedas E entre os lampiões do passado Cheguei aquí
Trago em minhas mãos Os lirios Florentinos Que amavas tanto Inertes dos teus beijos
E dos encantos Olho o teu retrato E diante ao teu retrato Eu me contemplo Como um marinheiro Que enlouqueceu no cais
" Porque tanta saudade, vida? Tempo, porque nos lembramos? Porque a memória não despedaça, Porque a alma não desintegra, Porque tanta eternidade na dor? "
Num ímpeto de imortalidade E com a força de um titã Entro na moldura e te abraço E saímos pela noite a brincar