É a alcunha mais comum para as pessoas que têm cabelos ruivos. Todos já se habituaram e já nem levam a mal. A diminuição do número de ruivos e a dificuldade em perpetuar esta característica sustentaram alguns estudos que dão como certo o seu fim em 2100. Isto levou uma campanha de publicidade a querer salvá-los. Os ruivos portugueses não passam despercebidos, mas garantem que não mudavam de cor de cabelo
Um anúncio que se propõe a salvar os ruivos da extinção, pôs os portugueses a olhar com mais atenção para aqueles que têm cabelo de tons vermelhos e pele clara com sardas. Esta publicidade partiu do último estudo que anuncia o fim dos ruivos até ao ano 2100. Antes desta análise outras garantiram que por volta de 2060 o mundo já não teria ruivos. Ideias que outros tantos especialistas desmentem.
Ainda assim uma coisa parece certa: os ruivos são cada vez menos, já que o seu nascimento só acontece quando tanto o pai como a mãe transmitem o gene das características ruivas (ver caixa ao lado). Em Portugal, é sobretudo no norte que existem mais ruivos. O que segundo, o geneticista José Rueff se explica com a conquista celta do norte da Península Ibérica.
No caso dos ruivos a herança genética pode perder-se durante muitas gerações e regressar sem aparente ligação. "A herança dos genes não tem limite de gerações. Podem várias gerações sem ruivos e de repente nascer alguém ruivo", explica o dermatologista Fernando Ribas Santos.
Além de ser uma característica particular da cor do cabelo e da pele, os ruivos têm de ter cuidados com a pele. "Estas pessoas têm um pigmento diferente. Enquanto na pele branca ou negra o que muda é a quantidade de melanina, nos ruivos existe outro tipo de pigmento: a eritromelania", explica o especialista.
Este é um pigmento que "não faz grande protecção à luz solar", refere Fernando Ribas Santos. Por isso, têm de usar mais protecção na praia e estar atentos aos escaldões, indica o médico.
Comum também nos ruivos são também as sardas. Estas pequenas manchas na pele formam-se para tentar protegê-la da exposição solar.
Esta característica do meio ambiente é também referida por José Rueff, da Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa para o número reduzido de ruivos em Portugal. "Os factores do meio podem levar à extinção. Ou seja, os ruivos têm pouca protecção ao sol e isso pode ter criado doenças fatais que reduziram o número de ruivos em algumas zonas do mundo, nomeadamente nas mais quentes", avança o geneticista.
No entanto, Fernando Ribas Santos alerta para a existência de muitos falsos morenos no nosso País. "São pessoas que têm genes ruivos e morenos e que apesar de não terem cabelos avermelhados têm pele clara, fazem escaldões e ganham sardas no Verão", explica. Estes portugueses terão herdados os seus genes ruivos dos colonizadores celtas.