


  
Perdi os meus fantásticos castelos Como névoa distante que se esfuma… Quis vencer, quis lutar, quis defendê-los: Quebrei as minhas lanças uma a uma!
 
Perdi minhas galeras entre os gelos Que se afundaram sobre um mar de bruma… – Tantos escolhos! Quem podia vê-los? Deitei-me ao mar e não salvei nenhuma!
 
Perdi minha taça, o meu anel, a minha cota de aço, o meu corcel, Perdi meu elmo de ouro e pedrarias…
 
Sobem-me aos lábios súplicas estranhas… Sobre o meu coração pesam montanhas… Olho assombrada as minhas mãos vazias…
(Florbela Espanca)




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