Filhos
do silêncio e da amargura da loucura, do desprezo e da ignorncia tantas
vezes frutos amargos da inocência e da aventura
Pedaços de lama
vestidos de vergonha caras lavadas somente nas lágrimas de uma mão
estendida e esfomeada que não se atreve a tocar ninguém como se fora
doença ou peçonha que se escuda do insulto e do desdém
Olhares vivos e
ferventes disfarçados de cansaços e de ausências sorrisos ricos mas
mendigos de um pingo de leite ou de simples pena carícia em tons de pão
onde o sonho é a manteiga e o "LÓ" seria o paraíso
Filhos de ninguém e
nem do mundo para quem o cartão se chama leito e no peito guardam o q têm
de mais seu e mais perfeito um pedaço de músculo que alguém lhes deu e que
luta sem salário e sem refreios pelo nome que teima em não perder pois que
lho deram de graça: "coração" e não a "pedra" com que se começa a
parecer
Se estes filhos tivessem mães e regaços em vez de pedras de
chão por abraços Saberiam talvez ainda assim a cor da fome mas saberiam
sempre que eram gente em vez de ratos...