Descobrindo-me Cleide Canton Garcia
Olhando minha alma como se me vendo no espelho, desnudo-me e descubro-me. Tento encontrar as virtudes mas me perco nos vagalhões das eternas perspectivas de ser, nos sonhados desejos de crescer, na esperança desmesurada de tocar o inatingível.
Descubro-me na apreciação do belo pela beleza, do todo pela essência, da razão pela inteligência, do ato pela conseqüência, da luta pela persistência, do sonho pela transparência.
Tento tolerar os defeitos mas as intransigências, muito mais que as benevolências, se enroscam nas razões e contra-razões, debilitando o defensor que se esconde em mim. Seria inútil tentar
descobrir-me assim?
|