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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 13/09/2007 20:00
Existem crian챌as que acreditam profundamente que os pais n찾o gostam delas e passam uma vida inteira a procurar um amor incondicional que só a m찾e lhes poderia ter dado.
Elas tornam frustrantes as suas rela챌천es afectivas. Um abra챌o sincero dos pais pode ser o melhor remédio para que estas crian챌as deixem de se sentir «mal-amadas».
Maria José tem mais de 70 anos e uma profunda convicção: não se sente amada pelo marido como gostaria, apesar de um casamento que já dura há cerca de meio século. Não há nada na sua relação que justifique este sentimento. A explicação está bem escondida nas memórias da sua infância. Maria José nunca sentiu um verdadeiro amor por parte dos seus pais e foi esta mágoa que determinou uma dificuldade que sempre teve ao longo da sua vida — nunca conseguiu dar aquilo que não recebeu: afecto.
Este caso mostra até que ponto a falta de afecto durante a inf창ncia pode ser determinante ao longo de toda a vida.
«Acredito que se tivesse tido acompanhamento tinha sido uma mulher muito mais feliz», explica a Dr.짧 Cristina Freire, psicóloga clínica.
Muitas vezes os filhos crescem a acreditar piamente que os pais n찾o lhes t챗m qualquer carinho, pois faltou-lhes o «colo» que todos precisamos para crescer emocionalmente saudáveis.
«Da minha experiência, pelo menos 95% dos casos que nos aparecem têm problemas de relacionamento com a ‘mãe simbólica’. Estas crianças têm a convicção de não ter sido suficientemente amadas pelas pessoas com quem vivem ou viveram», refere a especialista.
Muitas vezes os pais n찾o se apercebem da angústia em que o seu filho está a mergulhar e, na sua opini찾o, acham que lhes d찾o tudo para serem felizes.
«A maioria dos pais trabalha muito para dar coisas boas aos seus filhos, só que, para as crianças, o ‘trabalho’ é um conceito difícil de compreender, podendo ser vivido como abandono, daí a importância do diálogo e da atenção dispensada no pouco tempo que possam passar juntos», salienta esta psicóloga, acrescentando: «Para evoluirmos e nos construirmos, enquanto adultos saudáveis, é fundamental a dose certa de afecto».
E nos sentimentos n찾o há lugar para fingimentos ou ac챌천es ensaiadas. Mais importante do que a quantidade é a qualidade dos afectos. N찾o é suficiente dar carinho por obriga챌찾o, é necessário que haja sinceridade por detrás desse gesto, pelo que uma hora bem passada é preferível a um tempo mais longo e perturbado.
«Não podemos continuar a acreditar que só porque damos tudo aos nossos filhos, só porque trabalhamos para eles e nos sacrificamos, eles sabem que são amados. É importante demonstrar por palavras e gestos», defende Cristina Freire.


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