O VELHINHO SOLITÁRIO
Nos degraus dum Lar, sentado,
Com as bengalas ao lado,
Um velho ali se quedava
Imerso em cogita챌천es,
Falando com seus bot천es,
Da vida que ora levava.
Após tantos sacrifícios,
P’ra dar aos meus, benefícios,
Que eu nunca tivera assim;
Calcorreei duros trilhos,
Hoje em casa de meus filhos,
N찾o há lugar para mim.
Mas a culpa é só minha,
Ao dar-lhes tudo que tinha,
Julgando ser altruísmo,
Por minhas m찾os plantei
No peito deles, bem o sei,
As larvas do egoísmo.
Na corrida contra o tempo,
N찾o param um só momento,
Buscando bens materiais
Supérfluos, sem mais valia,
A alma mais se esvazia
Dos la챌os sentimentais.
Este ciclo vicioso,
É um quadro danoso
Que afecta ricos e pobres.
Culpamos a juventude
Pela falta de virtude
E de sentimentos nobres.
Graziela Vieira
Ourém, Julho, 2005