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POESIA: AMBANINE MOÇAMBIQUE - POR GRAZIELA VIEIRA
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De: e-petromax  (message original) Envoyé: 18/09/2007 21:02

AMBANINE MOÇAMBIQUE



Quando nos juntamos, rompemos o dique

Da saudade imensa que vem tanta vez

Trazer nostalgia, lembrar Mo챌ambique;

Na escola aprendemos que era Portugu챗s.

Como tal, nós o amamos,

Ali trabalhamos,

Lan챌amos raiz,

Na machamba ou na cidade,

Fomos na verdade

Quem fez o País.


Com que displicência somos “retornados”

Quais cartas dispersas d’humano baralho!

Com que ligeireza fomos ‘spoliados

De teres e haveres fruto do trabalho.

Sem tempo de transi챌찾o

P’rá livre opção,

Partir ou ficar?

Hoje no País dos coqueiros,

Est찾o estrangeiros

No nosso lugar.


Quem n찾o viveu lá, é que n찾o entende

Os fraternos la챌os entre afro e mulungo!

O mago feiti챌o que sempre nos prende,

Mesmo separados pelo mar jucundo.

Se recordar é viver,

Eu gosto de ter

Mil recorda챌천es

Do País a Oriente…

E da sua gente

Que cantou Cam천es.


Cocuanas, ambanine!

Esfanhanes, ambanine!

Às mamanas ambanine!

Aos mufanas, ambanine!


Nota; Machamba, horta.Mulungo, branco. Cocuanas, velhos. Esfanhanes, bebés. Mamanas, mulheres com filhos. Mufanas, jovens. Ambanine, adeus

Graziela Vieira

Ourém, Fevereiro de 2000




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