“0 nhau estava forte. A princípio chegara um homem alto, tão alto que tocava com a cabeça as últimas folhas dos eucaliptos. Por detrás dele vinha uma jibóia. A seguir veio um contingente de dançarinos. Todos traziam máscaras medonhas, de animais e aves. Estavam nus. Os seus corpos eram pintados de um branco forte que lembrava a cal. Empunhavam azagaias, chuços, catanos, machados. Alguns tinham os flancos cobertos com pequenas esteiras de bambu. À primeira vista, poder-se-ia julgar que tinham os movimentos presos. Mas a agilidade é a condição primária do nhau”.
Estas s찾o palavras de Aníbal Aleluia, escritor mo챌ambicano já falecido, e que no seu livro Mbelele e Outros Contos, precisamente no conto 'o nhau tornou ao sert찾o', descreve como era a antiga dan챌a nhau na regi찾o do Zóbuè, em Tete. Dan챌a tabu, sobretudo o nhau chipeta, esta dan챌a era também uma inicia챌찾o que exigia sacrifício, virilidade e heroísmo. Hoje é mais o nhau macanga que se dan챌a com algumas misturas do outro, sem deixar de ser espectacular.
Nesta máscara algo medonha perpetua-se um rito, que uma cultura antiga esculpiu de enigmas.
A dan챌a, esse gesto sincopado de beleza e ritmo, deve ser quase t찾o antiga como o é a exist챗ncia do próprio Homem sobre a Terra. Unindo corpo e o espírito numa cad챗ncia de vibra챌천es libertadores de energia e arte, ela tem características muito interessantes nos diversos distritos da Província de Tete, onde vivem diferentes etnias como Nyunguès e Nyanjas.
No caso trata-se da dança nhau, já explicado na imagem anterior. Ela exige uma enorme destreza física e flexibilidade rítmica do dançarino. É acompanhada apenas pelo som de vários tambores em batidas rápidas e intensíssimas. Ainda rodeado de certos tabus, o nhau é uma legenda em toda a Província de Tete.
Cada rosto é sempre uma surpresa, uma indagação, um mistério. Mas este rosto de uma jovem da cidade de Tete é um hino à beleza da região, uma gota de água límpida e doce do Zambeze.
Falar de Tete, sem falar da sua beleza humana é impossível. Se na cidade se miscigenaram durante séculos etnias e "ra챌as' de muitas regi천es do mundo, criando tipos humanos diversos e interessantes, no campo a lindeza original mantém-se entre os homens e mulheres tetenses, mostrando quanto é belo o Ser Humano.
Durante todo este percurso pelas terras de Tete, falámos das mais diversas manifesta챌천es demogeográficas, culturais e económicas. N찾o tendo esquecido a natureza, deixámos, contudo, para o fim aquilo que é, efectivamente, o grande retrato e símbolo do ch찾o de Tete: o embondeiro.
Como se fosse criado pelo fogo original do mundo, o embondeiro em Tete
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