A DANÇA DO TEMPO
Vivi em sono profundo,
N찾o vi o tempo passar!
Acordei, estava o mundo
Todo de pernas pró ar.
Mudou a face da Terra,
Já se elevam outros brilhos;
As mulheres v찾o para a guerra,
E os homens cuidam dos filhos.
Eles, s찾o as fadas do lar,
Até usam maquilhagem,
E elas, v찾o trabalhar,
Ganham dinheiro e vantagem.
S찾o Polícias, s찾o Pedreiras,
Astronautas, Camionistas,
Empresárias, Calceteiras,
Juízas e até Dentistas.
Já há Ecr찾s a mostrarem,
Para quem quer ver nas calmas,
As mulheres a tourearem
E os homens a bater palmas.
Isso do “macho latino”,
Já deu o que tinha a dar.
Ou arrepia caminho,
Ou mandam-no bugiar.
Mas há qualquer coisa omissa
Nos direitos conquistados;
N찾o as deixam rezar Missa
Nem absolver pecados.
O meu criticar atento,
N찾o critica tudo a esmo;
Minha pena, é n찾o ser tempo
De eu poder fazer o mesmo.
Graziela Vieira
Ourém, Agosto, 2005-08-12