Águas Revoltas
Nas águas revoltas do meu cora챌찾o,
Onde a noite veio espalhar seu manto.
N찾o há paz alguma, n찾o há ora챌찾o
Doirando a revolta, que sinto e que canto.
O ser abjecto que assim me fadou,
Crisálida ainda, de parco pecúnio,
Ao longo da vida nunca me deixou
Mudar, por momentos, o meu infortúnio.
S찾o meu destino, ou supersti챌찾o?
As águas revoltas do meu cora챌찾o.
Sem ter vida minha, apenas vegeto;
Qual erva daninha; incómodo insecto.
Meus sonhos eleitos, n찾o concretizados,
De paz e amor, no meu seio ardente,
Nasciam perfeitos, mas logo esmagados
Como que envolvidos por uma serpente.
Quis-me libertar deste meu fadário,
Que n찾o me deixou e me fez cobarde:
Que envolve o meu ser como um sudário,
Se um dia deixar… então será tarde
S찾o meu destino, ou supersti챌찾o?
As águas revoltas do meu cora챌찾o.
Sem ter vida minha, apenas vegeto;
Qual erva daninha; incómodo insecto.
Graziela Vieira
Ourém