Maputo, 08 Fev (Lusa) - Os transportes semi-colectivos de passageiros ("chapas"), que tinham quase deixado de circular em Maputo após os confrontos de ter챌a-feira, deixando a capital mo챌ambicana quase paralisada, voltaram hoje na sua maioria a operar em Maputo e arredores.
Um pouco por toda a cidade, as paragens voltaram a encher-se de pessoas e as típicas carrinhas de transporte de passageiros que asseguram a ligação no interior da cidade e entre esta e a periferia estão a circular, confirmando a tendência de quarta-feira para um regresso gradual à normalidade.
Após os violentos confrontos de terça-feira, Maputo assistiu apenas a partir de quinta-feira a um lento regresso dos "chapas" às ruas, uma cautela justificada pelo presidente da Federação Moçambicana de Transportadores Rodoviários (FEMATRO), Rogério Manuel, com "o medo" sentido pelos transportadores.
Também os postos de abastecimento de combustíveis da cidade, onde na quarta-feira era possível ver longas filas de automóveis para abastecer, registam hoje a aflu챗ncia de um dia habitual.
Já na quinta-feira, o ministro moçambicano da Energia, Salvador Namburete, tinha assegurado que não existia "ruptura de stocks de combustíveis" no país e que a aparente escassez momentânea se deveu ao facto de as reservas dos postos de abastecimento não terem sido repostas desde sexta-feira (ao fim-de-semana prolongado juntaram-se os dois dias - terça e quarta-feira - em que os acessos à cidade se fizeram de forma condicionada).
Paralelamente, ao terceiro dia de negocia챌천es entre o Governo e os representantes dos transportadores sobre o aumento das tarifas dos transportes semi-públicos de Maputo, o jornal Notícias, um dos principais diários do país, adianta hoje na primeira página que a solu챌찾o, já encontrada, passa por o Estado "subsidiar parte dos custos de opera챌찾o envolvidos na actividade dos operadores".
Na origem das manifesta챌천es de ter챌a-feira esteve a reac챌찾o popular ao aumento da tarifa do "chapa", o meio de transporte utilizado pela maioria da popula챌찾o.
Uma viagem interurbana que antes custava cinco meticais (14 c챗ntimos) passaria para 7,5 meticais (21 c챗ntimos) e a que antes custava 7,5 meticais aumentaria para 10 meticais (28 c챗ntimos).
A entrada em vigor dos novos preços foi suspensa terça-feira à noite, na sequência dos tumultos, que provocaram pelo menos dois mortos e dezenas de feridos segundo as autoridades moçambicanas, embora outras fontes, como o partido da oposição Renamo e o semanário Savana, refiram um número mais elevado de vítimas mortais.
PGF.
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