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General: Crónica de rua
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Da: sao_percheiro25 (Messaggio originale) |
Inviato: 12/10/2007 19:19 |
Heis que me deu uma vontade danada de sair á rua, olhei para a esquerda e para a direita, e quando o sinal deu luz verde atravessei, ai um parvo sem ver que estava fazendo, quase me passava a ferro, deitando a cabeleira desgrenhada fora da janela, come챌a gesticulando com os bra챌os, largando o volante daquela porcaria de quatro rodas, como se eu estivesse errada, e ele senhor da raz찾o, me perguntando: - Quem é voc챗, n찾o sabe que está numa passadeira? - E voc챗 quem é para me falar desse maneira? Sei perfeitamente onde estou, voc챗 certamente ainda n찾o acordou, por isso n찾o viu que o sinal está verde! - Ora essa... e ficou resmungando enquanto eu atravessava a passadeira. Bem, ainda mal tinha saído de casa e já as coisas me estavam correndo mal... Mas não desisti, e me dirigi ao café, e fui pensando... oxalá que aquele parvo do outro dia lá não esteja, e me deixe beber o café em paz! Por acaso n찾o estava, e deu para comer o pastel de nata sem me engasgar! S찾o Percheiro |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 14/10/2007 20:35 |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 14/10/2007 20:35 |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 15/10/2007 00:29 |
Domingo 14 de Outubro. Pela manh찾 o sol deu o ar de sua gra챌a, mas acho que foi sol de pouca dura, porque está desaparecendo lentamente passando áquele nublado que nos faz sentir uma nostalgia, enquanto as folhas secas amareladas servem de tapete que vamos pisando quase que sem dar por ela... Uma amiga me convidou para ir ao café, sem grande vontade lá me vesti e fui. O Café estava cheio de gente que certamente como eu, aproveitava aquele espa챌o de tempo que amanh찾 lhes faltaria. Nos sentamos e quando levantei os olhos do jornal reparei no "fulano" que me impediu de comer naquele dia o meu rico pastel de nata!... Achei gra챌a, porque realmente o fulano tem mesmo cara de " pastel de nata"... Ai prestei aten챌찾o, e reparei que desta vez n찾o me estava olhando, e sim lendo o jornal mas... ao contrário, é, de cabe챌a para baixo!!! Bom, me deu um daqueles ataques de riso que tive de sair, enquanto minha amiga me olhava incrédula, e eu lhe disse: reparaste naquele tipo? "Estava lendo o jornal de pernas para o ar"... Certamente estava lendo para dentro! Voltei para casa bem humorada, realmente há cada um...~ S찾oP |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 16/10/2007 21:00 |
Estava aborrecida e resolvi sair um pouco até á ruazinha de trás, onde ia passando gente e a erva crescia... Uns ciganitos jogando á bola que acabou por bater na janela alheia do vizinho do lado, um homem mal encarado em cuja frantaria da porta estava tudo esburacado, mas ele iestava no seu direito de reclamar, ali n찾o era sitio para jogar! Continuei andando e reparei que os buracos faziam parte daquele quadro matinal, num bairro que já fora de casas alinhadinhas, certinhas todas pintadas de branco... Hoje o negro era tanto, tanto que se confundia com a noite, e para que fosse noite bastaria olhar aqueles rostos sem vida, sem alma, onde a indifen챌a fazia parte do seu dia a dia! N찾o havia risos de crian챌a, flores de esperan챌a, era noite embora fosse dia... Na porta 14 uma mulher de trouxa á cabe챌a tentava vender coisas que ninguém comprava, nem sequer olhava, n찾o tinham tempo, o tempo era pouco, n찾o podiam parar olhar, como se ontem fosse hoje, e o mundo fosse acabar, n찾o havia tempo, nem reparavam no cego de bengala que atravessava e precisava de ajuda... Que correria pensei, e continuei saindo á volta ao bairro de trás, onde já nem as janelas existiam no que outrora fora casas de gente que já cá não mora, mas onde morou a alegria, e brincou a fantasia... onde meninos jogaram á bola, enquanto as mães na soleira da porta olhavam enquando a janta acabavam! E eu continuei andando, naquela rua onde a erva criscia, e o ciganito continuava jogando á bola, mesmo na frente do homem mal encarado, no mesmo local, feio esburacado, naquele que outrora fora um bairro engra챌ado... Voltei para casa, e na minha mente ficava aquela imagem da porta 14, onde os meninos jogavam á bola! S찾o Percheiro |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 19/10/2007 03:30 |
Passava bem já do cair da tarde quando resolvi sair. Resolvi mudar o rumo do caminho que quase sempre percorro; hoje n찾o seria a única trajetória que me levaria a um lugar qualquer... A Igreja ali perto de mim como que me chamava... há quanto tempo eu n찾o entrava numa Igreja?! Resolvi subir a rampa e entrar, quem sabe aquela calma que sempre reina nestes lugares me fizesse aquietar o cora챌찾o... Azar, a porta estava fechada; últimamente era assim, medo talvez dos larápios que gostam de fazer das suas! Desci, mas nem vi onde estava, de repente bem próximo de mim tr챗s ciclistas quase esbarram comigo... Travei, e fiquei t찾o atrapalhada que me encostei á folhagem da palmeira que fazia de sombra a um par certamente de namorados, que sentados conversavam... Realmente que fazia eu ali? Os ciclistas partiram e eu continuei andando. Entrei na primeira porta que vi aberta, foi então que reparei que era o café onde costumo ir, sem me perguntarem me serviram o café, que por sinal nem me apetecia... sinceramente nem sei o que queria, peguei no jornal, falava do tempo, dos acidentes, da subida do custo de vida... ora francamente, que me interessava isso naquele momento!... Naquele exato momento eu me dava conta que n찾o sabia o que estava fazendo ali, e resolvi voltar, me sentia inquieta, e irrefutável vontade n찾o sei de qu챗, nem o porqu챗, mas uma vontade de escrever algo, mesmo que sem nexo, dizer qualquer coisa, e assim voltei para casa, pelo mesmo caminho e escrevi... S찾o Percheiro 18 de Outubro 2007 |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 20/10/2007 00:14 |
Voltei a sair, desta vez por uma rua sem saída, e em cujo final tem um muro onde nos é dado apreciar a natureza, os imensos eucaliptos, que nos distingue de qualquer outro cheiro, outro sabor. Eles s찾o imensos, que só pelo tacto lhes podemos tocar, delirantes pelo seu contacto que nos penetra passando por todo o corpo, e deixando nele um sabor diferente! A principio mais parecia uma mancha de tinta esverdeada, com sua folhagem atapetando todo o solo, como a asa do morcego adjando devagar... Ali me quedei um pouco, acho que estava precisando desse cheirinho a ar puro onde a m찾o do homem ainda n찾o fez estragos visíveis! Me curvando um pouco peguei numa folha t찾o fina quase sem cor, sem matéria tangível a que se possa agarrar... Como que uma cambraia onde só o sonho poderia tocar, sem reflectir na cor para n찾o manchar! Tudo ao seu redor era sil챗ncio paz... Uma paz que nos penetrava a alma a lavando do pó lamacento do caminho... se respirava amor puro, carinho! Meus olhos as afagavam para melhor as guardar, fazendo ressaltar o valor da sua pureza, e assim me afastei daquele lugar, acabando por ir parar ao sitio do costume, onde já minha amiga Mafalda me esperava com uma chicara de café bem aromático, e lá estava o fulano do jornal, mas desta vez lendo como deve ser, deviam ser interessantes as noticias que o prendiam assim... S찾o Percheiro |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 20/10/2007 21:14 |
Hoje acordei com um barulho insurdecedor, como se me estivessem deitando a casa abaixo mesmo comigo dentro! Ante meus olhos a maldita escavadora de dentes finos e agu챌ados prontos a derrubar quase 35 anos de suor, trabalho e lágrimas! Sobressaltada, e de pijama desta vez cor-de-rosa, vou ao quintal e vejo meu vizinho do 10, de machado na m찾o fazendo em fanicos tudo quanto era obra, que ele mesmo fizera anos atrás para se proteger dos larápios... Hoje o derrubava com furia, n찾o interessavam as justifica챌천es para quem o olhasse, n찾o estava nem ai... Pensei quando chegaria a vez do 17... Engra챌ado, o outro também tinha sido este número, n찾o, já n찾o deixaria que se repetisse, duas vezes era dose! Vendo que n찾o era nada comigo, voltei para a cama tentando reconstruír um sonho que havia tido, ora, nem pó, lá se foi o sonho... Que seria? Pronto, lá vem o padeiro e o buzinar infernal, estava visto, tinha mesmo de me levantar, e se decidisse sair á rua, teria de enfrentar toda aquele gente gesticulando quanto á crise de todos os dias; teria de ver o homem lendo o jornal, e que exercia a arte de me irritar, só pelo olhar de "carneiro mal morto"... Assim desconfiava da imprevisibilidade do meu humor para o resto do dia, tentando contudo n찾o me agastar, ou teria motivos de sobra para isso! Decidi, hoje n찾o vou á rua, n찾o bebo o meu café habitual, e deixo em paz o homem lendo o jornal... S찾o Percheiro, 20 de Outubro 2007 |
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Da: -manuelafonso |
Inviato: 20/10/2007 22:44 |
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Da: misabelantunes1 |
Inviato: 21/10/2007 02:44 |
S찾o, Um beijinho de parabéns e de agradecimento pelos belos trabalhos que partilhas connosco. Isabel |
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Da: espadinha1940 |
Inviato: 21/10/2007 02:58 |
S찾o, Gostei muito. Mas afinal o que tinha dado no vizinho? Tinha-se "passado dos carretos"? E o que estava a ler o jornal "de cabeça para baixo" é um A-GEN-TE SE-CRE-TO, de certeza! Cuidado, São! Um abra챌o Espadinha |
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Da: mariaisabelribeiro1 |
Inviato: 21/10/2007 12:46 |
Espadinha, meu Amigo Nossa S찾oP já conhecíamos como poetiza é enigmática no escrever, n찾o é truque, n찾o é modo, será antes os bocadinhos dela a se desprenderem. E assim gostei imenso de tua pergunta, pois muitas vezes para em dialogo responder tenho que lhe telefonar a perguntar os nomes ou o final que por ela está lá, mas para nós nos faz muita falta por estar já a viver seu viver. S창o P. n찾o nos deixes a sofrer, Menina. E bem espero que hoje acordes bem disposta e pronta para teus passeios selvagem de Andorinha Real, a rasgar os céus aproveitando este Outono com tanto Sol para nos dar Luz que precisamos para alegrar nosso viver. Bjs Isa |
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Da: sao_percheiro25 |
Inviato: 21/10/2007 15:05 |
Olá meu amigo Manuel Afonso Adorei as tuas palmas que senti sinceras, e me lembrei da minha estreia em Moçambique em 1965, cantando ante uma sala cheia uma Morna de Cabo Verde, e quando as palmas soaram, fechei os olhos, tornei a abrir, e vi espantada que eram para mim! Muito obrigada meu amigo por me aturares, um beijo. S찾o Percheiro |
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