Cólera está a matar afectados pelas cheias e inundações
Maputo (Canal de Moçambique) â Casos de cólera já começaram a ceifar vidas humanas nas zonas afectadas pelas cheias e inundações nos centros de reassentamento e arredores da sede do distrito de Mutarara, na província de Tete. Contactada ontem pelo «Canal de Moçambique», a directora provincial de Saúde em Tete, Luísa Cumba, confirmou a ocorrência de casos e disse que há já notificados nove óbitos e mais de meio milhar de casos.
“Temos notificadas 9 mortes de cólera e 566 casos cumulativos, até hoje” (ontem, domingo) afirmou Luísa Cumba.
A directora acrescentou que “o número de casos de cólera está a aumentar”.
Ainda segundo Luísa Cumba “as pessoas afectadas pela cólera são provenientes, na sua maioria, dos centros de reassentamento e arredores da sede do distrito” da Mutarara. Tal afirmação faz crer que os números pequem por defeito atendendo à dimensão do distrito.
“Temos advertido as populações para fazer saneamento do meio nos locais de acomodação através de abertura de latrinas como também lavar as mãos e os alimentos antes de consumir o que de certo modo não tem acontecido e por isso a cólera já está alarmante no distrito”, disse, entretanto, Luísa Cumba.
Um outro factor que está a contribuir para o alastramento da cólera naquelas paragens é que, refere a directora, "as pessoas mesmo com latrinas nos centros de reassentamento têm defecado a céu aberto”.
“Temos 566 casos de cólera e 9 óbitos, e se as populações continuarem a desacatar as orientações das entidades de saúde esse número pode aumentar grandemente. Os casos de morte podem aumentar ainda mais”, alerta Luísa Cumba.
Distrito de Caia
Por outro lado no distrito de Caia, na Província de Sofala, inúmeras casas no regulado de Sombe, NFumo Meque, estão inundadas desde a semana passada devido à subida do caudal das águas do rio Zânguè.
De acordo com o director-adjunto do «Instituto Nacional de Gestão de Calamidades», João Ribeiro, “as populações foram evacuadas para zona segura do mesmo regulado”.
Ainda segundo Ribeiro “mais uma pessoa perdeu a vida por afogamento semana passada quando pretendia atravessar o rio Phambane na região de Nhangalamo no distrito de Marromeu, e deste modo eleva-se para 12 o número de óbitos desde que eclodiram as cheias e inundações no ano passado”.
João Ribeiro disse também que “no distrito de Morrumbala, na Zambézia, persistem dificuldades de abastecer com bens alimentares e não alimentares a localidade de Chilomo devido a problemas de acessibilidade das vias rodoviárias”.
“A única alternativa de momento para abastecer o distrito com bens alimentares e não alimentares para a população é por via da ponte aérea. A população já começou a procurar refúgio e alternativas para sua sobrevivência no vizinho Malawi”, concluiu João Ribeiro.
(Concei챌찾o Vitorino)
2008-02-18 06:56:00