Maputo(Canal de Moçambique)-O Gabinete Central de Eleições (GCE) da maior força de oposição no país, a RENAMO, advertiu esta segunda-feira em Maputo, às autoridades eleitorais para a necessidade de se interromper o processo de recenseamento eleitoral, nas zonas seriamente afectadas pelas cheias e/ou inundações. A Renamo entende que tal medida deve prevalecer até que a situação volte à normalidade, e as famílias actualmente em situação de deslocadas estejam devidamente reassentadas em novas zonas ou que já tenham regressadas às suas zonas de origem. Falando em confer챗ncia de imprensa tendo em vista tra챌ar o panorama geral do que está a ser o exercício eleitoral, na opini찾o da Renamo, Ivone Soares, porta voz do GCE da Renamo, reconheceu o facto de o País estar sob forte calamidade natural, neste caso as cheias e ou inunda챌천es, facto que na sua opini찾o esgota as condi챌천es objectivas para a realiza챌찾o do censo eleitoral. “Não há condições para as pessoas se recensearem nas zonas onde há cheias. O processo deve ser interrompido neste momento, até que hajam condições objectivas para o efeito”, sublinhou Soares, que actualmente exerce as funções de chefe do Departamento de Relações Exteriores naquele que é considerado o maior partido da oposição em Moçambique. “Estamos profundamente preocupados com a situação do recenseamento eleitoral nas províncias centrais severamente afectadas pelas cheias. Referimo-nos a Tete, Manica, Sofala e Zambézia”-considerou. Segundo Soares, o GCE na perdiz vem constatando que o presente processo de recenseamento está revestido de inúmeras irregularidades que segundo disse, foram provadas pelos partidos políticos com interesses neste processo. Soares recordou que a primeira fase do processo esteve prenhe de lacunas que passaram pelas frequentes avarias dos MOBIL IDs, pela falta de material de recenseamento, pela má prepara챌찾o das brigadas de recenseamento para manusear o equipamento electrónico usado no registo dos eleitores (MOBIL ID), bem como, disse Soares, na problemática da emiss찾o de cart천es de eleitores com robustos problemas. Relativamente à segunda fase do recenseamento, iniciada a 15 de Janeiro, a fonte acusou que as irregularidades verificadas na primeira fase ainda não foram colmatadas e, na sua opinião já estão a atingir novos contornos, o que coloca em risco um processo que se pretende justo, transparente e abrangente. “Continuamos a verificar as MOBIL IDs inoperantes, equipas de recenseamento mal preparadas para além de desistência e falta de brigadistas nos postos de recenseamento eleitoral”, acusou a fonte, acrescentando que em Sofala existem cerca de 20 brigadas de recenseamento paradas, sendo duas em Marromeu, igual número nos distritos de Caia e Machanga, 10 no distrito de Buzi e, cinco em Chibabava e Nhamatanda. Adiante, a responsável pelo GCE na Renamo, disse que na província da Zambézia, cerca de 50 brigadas n찾o iniciaram a actividade de censo na primeira semana desta segunda fase do processo. Continuou, entretanto, que neste momento em Morrumbala sede 12 brigadas est찾o paradas e que as mesmas deveriam estar a operar no Posto Administrativo do Chire e, disse que no distrito da Maganja da Costa as brigadas de recenseamento apenas est찾o em actividade na Vila sede. Soares acusou que no passado dia 15 do corrente mês, à brigada 523 no posto 526 em Namacata, arredores de Quelimane, foi roubado um computador contendo um caderno de recenseamento com o número 2092 com cerca de 368 eleitores e, um stick memory contendo 1368 eleitores registados. “Até ao momento ainda não há nenhuma informação oficial sobre os responsáveis deste acto”, lamentou Soares. Segundo ainda dados fornecidos pela Renamo, em Nampula cerca de 80 computadores est찾o avariados em diferentes distritos e, os mesmos encontram-se armazenados no STAE provincial. Entretanto Face ao rol dos supostos problemas anotados pela Renamo, este partido acusa os órg찾os eleitorais e as autoridades policiais de se manterem indiferentes quanto ao alegado comportamento de supostos membros e militantes do partido no poder, que na opini찾o da Renamo perpetuam actos de viol챗ncia política contra os membros da Renamo que fiscalizam as actividades de censo eleitoral. “Todos os aspectos aqui abordados carecem de uma resposta urgente por parte da Comissão Nacional de Eleições (CNE). Notamos que este órgão, à semelhança dos superiores dos postos de recenseamento eleitoral, tende a não atender as reclamações, denúncias, protestos dos partidos políticos, em particular a Renamo”, disse Soares acrescentando que: “Casos elucidativos remetem-nos para a carta/reclamação remetida a CNE pelo gabinete Central de Eleições da Renamo, no dia 27 de Setembro de 2007 que só veio a ser, por aquele órgão respondida dois meses depois, isto é a 10 de Dezembro de 2007”. (Benedito Luís)
|