N찾o queremos enveredar pela via do puritanismo ou da pureza discursiva nem muito menos pretender que somos detentores da verdade absoluta e suprema. Inquieta-nos sim que vozes adultas vindas de gente pensante teimem em apresentar factos destorcidos e longe da verdade. Consideramos perigoso que se fa챌a um discurso de normalidade quando esta n찾o existe. Julgamos contraproducente e má assessoria que se induza governantes em caminhos já trilhados e que a seu tempo mostraram ser de prejuízo evidente para os mo챌ambicanos. Consideramos ser uma demagogia perigosa e por vezes criminosa que se passe o tempo procurando, com uso de um molequismo aberto, desviar a aten챌찾o dos governantes mo챌ambicanos ora elogiando-os ora besuntando-os de manteiga de cobra. É simplesmente irresponsabilidade histórica que órgãos de informação pública pautem por uma abordagem da realidade como se de avestruzes se tratasse, escondendo a cabeça na areia. Os fundos públicos devem servir para muito mais do bajular dirigentes com almoços na Serra da Estrela e fazer disso demonstração de que as coisas estão andando muito bem e em boas mãos. Reportar exemplos de boa governa챌찾o é necessário quando esse é o caso. Ignorar a raz찾o das pequenas erup챌천es de viol챗ncia social é semear tempestades de vulto que decerto mergulhar찾o o país num ambiente turbulento que n찾o interessa aos mo챌ambicanos. O tempo é escasso quando se trata de encontrar solu챌천es que tornem Mo챌ambique num país em que os seus cidad찾os assumam a sua realidade e trabalhem para encontrar solu챌천es abrangentes e de impacto positivo visível para todos. A satisfa챌찾o das necessidades de uma pequena minoria n찾o pode constituir critério para se dizer que o país esta bem de saúde. A miséria que caracteriza a vida da maioria dos mo챌ambicanos deve ser a medida que mostra que ainda é pouco o que está sendo feito. Esconder esta verdade debaixo de um discurso repetido e podre é um erro grave. Quem se presta a difundir mentiras e meias-verdades n찾o esta cumprindo com o papel de comunicador social. Por vezes parece que os editores se digladiam em guerras intestinas sobre quem é o protagonista e isso n찾o tem import창ncia nenhuma. Há mentalidades e práticas que devem ser urgentemente ultrapassadas. O momento é de pensar Mo챌ambique e n찾o pensar o meu bolso ou conta bancária. Um país destruído n찾o vai dar a ninguém a possibilidade de possuir conta bancária. Costas do Marfim, Quénia, RDC, Somália n찾o s찾o realidades distantes. O que se passa lá pode muito bem acontecer aqui entre nós. Os recentes exemplos de viol챗ncia pelas mais diversas causas s찾o mostras claras de que afinal nem tudo esta t찾o bem como por vezes alguns bula bulas e bastidores pretendem fazer crer. A sua crítica social n찾o é de todo inútil. Mas há que estabelecer prioridades. Será que o encerramento de uma fábrica t챗xtil com o subsequente desemprego da sua massa laboral n찾o é mais importante do que um bocado de capim crescido? Isso aconteceu um pouco por todo o país. Mas quase ninguém se referiu a isso como problema nacional e erro de politica económica. Quem inviabilizou a Casa dos Bicos na Beira? Como foi que tudo aconteceu? S찾o exemplos de que as abordagens s찾o tendenciosas, parciais e pouco profissionais. Isso n찾o dignifica quem assim procede e prejudica a na챌찾o. Ac챌천es desse tipo somadas, conduzem a erup챌천es de viol챗ncia porque n찾o ajudam a corrigir procedimentos incorrectos e lesivos para os mo챌ambicanos. N찾o é só de p찾o que vive o Homem. Há que reconsiderar os procedimentos na nossa Imprensa e sobretudo na pública. Analisar e reportar os factos sem tend챗ncias de proteccionismo do que está comprovadamente errado é faz parte do a comunica챌찾o social deve fazer.