Quelimane (Canal de Moçambique) - De visita à cidade de Quelimane, o presidente da RENAMO e líder da oposição Afonso Dhlakama, marcou um comício com membros e simpatizantes daquela força politica como forma de auscultar os problemas dos seus seguidores, e poder encontrar uma plataforma para resolver a situação que tem vindo a acontecer ciclicamente nos pleitos eleitorais.
O encontro que estava marcado para o dia 24 de Fevereiro de 2008 n찾o chegou a se concretizar, alegadamente porque o local estava rodeado de agentes dos Servi챌os de Informa챌찾o e Seguran챌a do Estado (SISE) e da Polícia de Investiga챌찾o Criminal (PIC), como forma de boicotar o encontro com os populares na cidade capital da província da Zambézia.
A RENAMO na cidade de Quelimane diz que tem sido hábito de rotina, colocarem espias atrás da RENAMO, para verem quem simpatiza com o Partido, para depois perseguirem as pessoas de forma coerciva.
A maior força política da oposição diz que o seu líder é presidente do povo, e é isso que faz com que os “camaradas” da Frelimo se inquietem e ponham atrás da «Perdiz», símbolo da organização de Dhlakama, “grupos de espiões”.
Informações colhidas pelo «Canal de Moçambique», no local e posteriormente, defendem que “de facto o recinto onde seria realizado o evento estava repleto de agentes” das citadas instituições do Estado que assim se vêem “ao serviço de um partido contra os demais”, colocando dessa forma “em risco a credibilidade e confiança no sistema dito democrático do País”.
Algumas sensibilidades na capital zambeziana dizem mesmo que o comportamento dessas duas for챌as do Estado, que vivem do Or챌amento Geral do Estado, vem provar que certos órg찾os do Estado est찾o sendo instrumentalizadas por um partido politico que com a sua forma de gerir o Estado pode a curto prazo por em risco a democracia multipartidária e voltar a fazer com que o País regresse a um conflito sem precedentes.
Entretanto, um agente da PIC, que declinou ser identificado, disse à reportagem do «Canal de Moçambique» que apenas estava a cumprir ordens superiores mas não tinha intenções de prejudicar o comício de Afonso Dhlakama. O agente disse ainda que alguns dos seus colegas não comungam dessas ideias de “andar a espiar um líder tão popular, e por isso muitos ficaram sentados no bar a beber”.
O mesmo interlocutor que por razões óbvias pede rigoroso sigilo, disse que ele e “muitos” dos seus “colegas” estão “desapontados com as políticas que vigoram” na instituição em que trabalham, e admite mesmo estar ele e muitos “frustrados com alguns dos chefes que ainda não acordaram para uma nova era multipartidária”, e “tem vindo a fazer uso das instituições do Estado a favor do partido Frelimo, no poder, matando assim a democracia”.
Um outro agente que também falou em anonimato, afirma ser “membro da Perdiz, mas não mostra o seu lado político “com medo de vir a sofrer represálias dos chefes”, e chegue mesmo a ser “maltratado e prejudicado profissionalmente”.
Em contrapartida, alguns membros e simpatizantes da Renamo dizem que já tinham conhecimento que a altitude do SISE e da PIC iria ser de cumplicidade com o Governo do dia, por isso n찾o ficaram surpreendidos com a falta de compar챗ncia do seu líder.
José Rodrigues, simpatizante da RENAMO em Quelimane, disse que com esse tipo de comportamento por parte dos “camaradas” da Frelimo, “os cidadãos só poderão ter membros e simpatizantes fantasmas da Renamo, para não serem prejudicados, mas que na altura do voto, farão a sua justiça secreta e em silêncio dado que o voto é secreto”.

(António de Almeida)