Cavaco faz-se acompanhar de 40 empresários de vários sectores
Paulo Martins
Estabilidade política, elevado crescimento económico, boas relações com Portugal. Moçambique tem tudo para fugir à lista dos países mais pobres do Mundo. Incluindo portas abertas à entrada de empresas da antiga potência colonial. Contudo, o investimento português tem vindo a diminuir. Tendência que o presidente da República quer ajudar a inverter, ao incluir 40 empresários na comitiva da visita que realiza ao país entre hoje e quarta-feira.
A primeira desloca챌찾o oficial de Cavaco Silva a um país africano lusófono n찾o será marcada por qualquer pedra no sapato. A quest찾o da barragem de Cahora Bassa, que come챌ou a ser construída em 1969, ainda na época colonial, está resolvida. Em 2006, Portugal alienou a favor do Estado mo챌ambicano, por 740 milh천es de euros, a sua participa챌찾o de 82% no consórcio, preservando apenas 15% do capital. A última tranche foi paga em Novembro de 2007.
Desde 1992, quando a Frelimo e a Renamo fumaram o cachimbo da paz, Moçambique tem dado provas de conversão à democracia. Assim se explica que a agenda de Cavaco inclua encontros com os dois protagonistas desse momento histórico de há 16 anos o ex-presidente Joaquim Chissano e o líder da Renamo Afonso Dhlakama.
O mais recente documento produzido pelo Banco de Portugal (BdP) sobre a evolução das economias dos PALOP, relativo a 2006 e 2007, revela que a economia moçambicana está a fortalecer-se. Contas públicas equilibradas, um acordo com o Fundo Monetário Internacional, ao abrigo do programa de combate à pobreza, e o acesso do país à Iniciativa de Redução da Dívida Multilateral propiciaram uma aceleração da actividade económica.
O crescimento - de 7,7% em 2005, 8,5% em 2006 e acima dos 7% em 2007 - é atractivo para o capital estrangeiro. Porém, segundo dados apurados pelo BdP, entre 2001 e 2006 o investimento nacional em Mo챌ambique passou de 69,4 milh천es de euros para 27,4 milh천es, uma quebra de 60%. Mais de metade concentra-se na banca e seguros, onde a presen챌a portuguesa é quase hegemónica (ler caixa). N찾o que faltem oportunidades de negócio só lan챌ados este m챗s, o site da C창mara de Comércio Portugal-Mo챌ambique apresenta 12 concursos de elevado valor, a maioria dos sectores de constru챌찾o civil e obras públicas.
É de olho nesta aposta do Governo moçambicano nas infra-estruturas que estarão os empresários da Soares da Costa, Mota-Engil e Teixeira Duarte, que acompanham o presidente da República e participam hoje em Maputo num seminário económico.
A delega챌찾o empresarial também integra representantes dos sectores financeiro (Millennium, Caixa, BPI e BPN), turístico (Pestana, Amorim Turismo, Vip Hotels), livreiro (Porto Editora e Leya) e tecnológico (Efacec, Tecnidata). Além de "pesos-pesados" como a EDP e a Galp Energia ou grupos, como o Visabeira, dispostos a consolidar a sua presen챌a em sectores t찾o diferentes como tecnologias de informa챌찾o, equipamento industrial, imobiliário, constru챌찾o e hotelaria.