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General: ADMIRÁVEIS DESTINOS
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De: misabelantunes1  (Mensaje original) Enviado: 27/04/2008 23:19

http://www.gazetacaldas.com/Desenvol.asp?NID=21596

Admiráveis Destinos

Os encontros de família conduziam invariável e inevitavelmente para o mesmo tema: "Aquela terra maravilhosa". Era chegada a hora de fazer uma apropriação das memórias emprestadas. Tornar reais lugaresfamiliares e contraditoriamente desconhecidos. Era hora de conhecer oque para tantos portugueses foi um ADMIRÁVEL DESTINO – MOÇAMBIQUE!

SAUDOSA LOURENÇO MARQUES

Come챌amos a nossa viagem, como n찾o poderia deixar de ser, pela capitaldo país, a saudosa (perdoem o sentimentalismo) Louren챌o Marques,correctamente Maputo. Deparamo-nos com uma cidade de arquitectura arrojada, fruto de visionários da década de 40 e 50. Largas avenidas,ladeadas de bonitas e frondosas árvores, refúgio imprescindível dointenso calor. Infelizmente, mal tratada, a capital apresenta-se suja e danificada, vivendo apenas de antigas glórias. Visitamos sítios emblemáticos, ou assim julgamos por tantas vezes ouvirmos falar neles.
Com os nomes das avenidas alterados, torna-se difícil fazer o relato
para a família, mas lá se v찾o reconhecendo os nomes t찾o repetidos: O
Hotel Polana, a Igreja de Santo António do Polana com uma arquitectura arrojadíssima até para os dias actuais, o Mirador, o Clube Naval, ainda e só para os mais privilegiados, o Bazar, o ferry para Catembe,a Avenida Marginal, a Catedral... Enfim, um sem número de lugares que se poderiam dizer comuns e corriqueiros em qualquer cidade, mas que aqui tomam contornos sentimentais. Sorrimos ao nos depararmos com as "conhecidas" e ainda existentes cervejas 2M e Laurentina (as únicas do país) e fazemos uma paragem no restaurante Piri-piri, onde ainda se come um delicioso Frango à Cafreal .

'NHA TERRA, 'NHA CASA…

Ainda na capital recorremos a um táxi para nos conduzir ao antigo
Bairro do Choupal. Após algumas deambula챌천es, conseguimos descobrir a casa que nos viu nascer e que ficou para trás, literalmente como tinha sido deixada. N찾o teve qualquer obra de restauro ou pintura,apresentando-se agora t찾o branca como aquela antiga fotografia a preto e branco, única lembran챌a durante 35 anos. Conversámos com antigos vizinhos, amigos de inf창ncia e ainda com os novos habitantes da moradia! As pessoas mostram-se afáveis, simpáticas e prestáveis e convidam-nos a entrar. O resto foi emo챌찾o!

NÃO HÁ MACHIBOMBOS!

Era nossa inten챌찾o subir a costa de Mo챌ambique e assim, partimos para Norte. Tínhamos descartado a hipótese de aluguer de carro pois, além de muito caro, n찾o o poderíamos entregar na cidade onde apanharíamos o avi찾o de regresso. N찾o imaginávamos, no entanto, a dificuldade que seria a partir de agora deslocarmo-nos. Uma semana antes tinha falido uma importante empresa de machibombos (autocarros), ficando os transportes reduzidos aos "chapas" - pequenas carrinhas fechadas de 15 lugares que levavam quantos coubessem lá dentro (para cima de 25 pessoas) e ainda carga. Como n찾o poderíamos nem queríamos desistir enfrentámos a desorganiza챌찾o da Junta, a mega-rotunda onde havia a concentra챌찾o de chapas, o caos e o desconforto. Penosamente, após 140Km e após uma pitoresca paragem numa aldeola de cabanas de colmo,
onde apanhámos mangas de uma árvore, chegamos à nossa primeira paragem após Maputo: Bilene.

S. MARTINHO DO BILENE (DO PORTO?)

Esta pequena localidade é banhada pela lagoa de Uembje que se liga ao mar por um pequeno canal (a boca da barra), permitindo o fluxo de água fresca. Apresenta muitas similaridades com S. Martinho do Porto e as suas águas calmas também são ideais para nadar. Nesta zona encontramos muito ananás (deliciosíssimo) à venda e caju, muito caju, ao "preço da chuva". Como viríamos a descobrir mais tarde, a fartura é localizada.
Como n찾o há grande sistema de transportes (ou nenhum), temos de nos cingir e aproveitar o que a zona nos oferece. Saindo dessa zona
específica, aqueles bens tornam-se escassos e assim, altamente
procurados e caros.

JOÃO BELO, BELÍSSIMO!

Avan챌ámos, dolorosamente de chapa, para Xai-Xai. Aqui apanhamos uma boleia de Xai-Xai cidade para a praia, distante ainda 10Km. Valem-nos os turistas Sul-africanos que com as suas grandes pick-up param sempre que solicitamos boleia. Simpaticamente ainda fazem um percurso extra para nos servirem de cicerones. As casas lembram as antigas aldeias portuguesas, testemunho de uma passagem com carinho, agora completamente degradadas. Na orla da praia, os grandes hotéis da época colonial jazem inutilizados, com as canaliza챌천es entupidas de cimento.
No entanto, abstraindo-nos destes gigantes feridos de morte, estamos
perante uma praia que faz jus ao seu antigo nome: Jo찾o Belo. Com um quebra-mar natural, água azul-turquesa e quilómetros de areia douradaé simplesmente belíssima!

Procuramos contacto com as curiosas crian챌as que só precisam de um
pequeno incentivo para se aproximarem. Vamos distribuindo as coisas
com as quais tínhamos ido carregados, come챌ando a aliviar o elevado
peso das mochilas. T찾o irrisório nos parece o que distribuímos
(essencialmente roupas e brinquedos) e com que efus찾o é recebido.

A BOA LARANJA DE INHAMBANE

Seguindo para Maxixe, tivemos a sorte de apanhar um machibombo, também apinhado mas pelo menos mais arejado. Maxixe serve-nos apenas como entreposto de passagem para Inhambane, a terra da boa laranja. Se é ou não, não sabemos, não encontramos uma única à venda. Mais uma vez vivemos das memórias emprestadas.

Estas duas cidades são separadas pela baía de Inhambane e, para poupar os 60Km que teríamos de fazer por estrada, atravessámo-la de Dhow em apenas 15 minutos. Os Dhows, nome em suaíli, são pequenas embarcações motorizadas ou à vela mas, não oferecendo grandes garantias de segurança, alguns locais preferem enfrentar a viagem de chapa. Para nós: tudo menos os chapas!

Conhecida como a "terra da boa gente", Inhambane é uma cidade
charmosa, com edifícios coloniais relativamente bem conservados.
Rodeia-se ainda de maravilhosas paisagens naturais. Para conhecer os
arredores e n찾o havendo quaisquer transportes, necessitamos de
recorrer ao caríssimo aluguer de um jipe (o 4X4 era absolutamente
imprescindível). Atravessamos assim, quilómetros e quilómetros com
milhares de palmeiras. Nesta paisagem interminável de coqueiros
escondem-se camuflados pequenos lugarejos de palhotas. Por toda a
parte se vê a população a caminhar, numa direcção ou noutra, vinda dos poços, transportando à cabeça grandes baldes de água – até as crianças de tenra idade. A vegetação frondosa esconde ainda as praias de areias brancas e águas cristalinas, dignas das melhores brochuras
paradisíacas. Perante tanta beleza causa-nos estranheza, e alguma
indigna챌찾o, que o acesso a estas praias esteja condicionado pelos
resorts de alto luxo. Os Sul-africanos apoderaram-se da faixa costeira
da Praia da Barra, construindo aí os seus empreendimentos turísticos.
Apesar de n찾o ser proibido entrar (pelo menos para nós) é
constrangedor. Alguns são até uma espécie de condomínios fechados, à babuja do mar, com casa de férias. Fugimos ao turismo de luxo e
vamo-nos refugiar no Tofo, onde existe um mais agradável contacto com a popula챌찾o local. Assistimos a festas improvisadas: basta haver
música, comes e bebes e logo a anima챌찾o toma conta do ambiente. No dia seguinte, continuamos a nossa descoberta pelas praias circundantes:
Tofinho, baía dos cocos, e descobrimos porque é que o 4X4 é
indispensável!

CHAPAS E MAIS CHAPAS…

De novo a utilizar os chapas, partimos agora para Vilanculos, a nossa
última paragem. Apesar de altamente desconfortáveis e demoradas, estas viagens de chapa permitem-nos entrar em contacto com o mais genuíno dia-a-dia dos mo챌ambicanos. Constatamos a sua pobreza e falta de organiza챌찾o, mas também apreciamos a sua afabilidade e simpatia, sempre acompanhada de um grande sorriso. Admiramos o engenho das crian챌as ao construírem os seus próprios brinquedos. Recorrendo aos únicos materiais existentes, arame, latas de bebida e cart찾o, constroem brinquedos requintados em pormenores, testemunhos únicos de uma inf창ncia roubada e dura.

"LOTA DE SORRISOS"

Vilanculos é uma cidade que só é visitada pela sua proximidade ao
arquipélago de Bazaruto com as suas ideais ilhas para mergulho e,
claro está, com resorts de luxo. Ficámo-nos pela cidade! Deparámos
aqui com o mais belo espectáculo alguma vez por nós imaginado. Tivemos a sorte, enquanto deambulávamos por outra praia magnífica, de assistir à chegada da faina. Uma grande, autêntica e fabulosa lota, à moda antiga (antiquíssima), à moda de Moçambique. Os pequenos barcos chegam carregados de peixe, as mulheres esperam na beira da água com as bacias à cabeça, competindo pelo direito de descarregar – são pagas ao alguidar. O peixe é descarregado directamente na areia, onde estão já os compradores para fazer negócio. No meio dos gritos, empurrões, regateio, as crianças participam na azáfama, ora ajudando ou divertindo-se. Neste caso fomos nós o alvo da diversão quando
descobriram que podiam ver as suas fotografias (e tantas, tantas
fotografias e filme) nas c창maras. Até os adultos pediam fotografias e
riam-se ao v챗-las. Foi simplesmente arrebatador. Apelidamos este
acontecimento de "Lota dos Sorrisos", de efeito contagiante e
duradouro

O BOM DO CARANGUEJO

Reservamos um dia para uma viagem às ilhas e tivemos mais do mesmo:
praias maravilhosas, só que aqui sem o colorido da popula챌찾o local.
Vilanculos teve ainda a particularidade de só ter um sítio para comer
e onde o menu era sempre o mesmo: lula, a grande e saborosa lula.
Contudo, o peixe fresco e saltitante da lota agu챌ou-nos o apetite e,
pedimos ao restaurante se nos cozinhava alguma coisa se nós a
comprássemos: "Claro, só paga m찾o-de-obra!". Regalámo-nos assim com belos, grandes e suculentos caranguejos acabadinhos de pescar e
comprados directamente no barco que chegava!

Após 700Km, subimos apenas ¼ da costa de Moçambique, mas o tempo não chega para mais! Esta viagem na "terra das memórias" revelou-se duríssima, pela precariedade dos alojamentos (caros para a relação qualidade/preço), pela dureza dos transportes e pela pobreza imensa presente em todos os momentos. Moçambique é um diamante que algures notempo foi delapidado mas que presentemente perdeu o brilho. Um lugar de saudades que foi, e será futuramente, um ADMIRÁVEL DESTINO.


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