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General: MÁRIO DE SÁ CARNEIRO
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De: antunesgalv찾o1 (Mensaje original) |
Enviado: 27/04/2008 01:00 |
No dia 26 de Abril de 1916 deixava este mundo,suicidando-se em Paris,o grande Poeta Portugu챗s Mário de Sá Carneiro. Para ele a minha homenagem. Manela. |
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De: misabelantunes1 |
Enviado: 27/04/2008 13:38 |
Fim Quando eu morrer batam em latas, Rompam aos saltos e aos pinotes, Fa챌am estalar no ar chicotes, Chamem palha챌os e acrobatas! Que o meu caix찾o vá sobre um burro Ajaezado à andaluza... A um morto nada se recusa, Eu quero por for챌a ir de burro. Mário de Sá Carneiro
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De: espadinha1940 |
Enviado: 27/04/2008 19:29 |
Isabel, Esse poema é uma espécie de ex-libris do poeta. Nele transparece a vertigem da sua complicada e efémera vida. Espadinha |
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De: misabelantunes1 |
Enviado: 27/04/2008 23:03 |
Espadinha, Foi, exactamente, por esse motivo que o escolhi! Um beijinho. Isabel |
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De: mayra1950 |
Enviado: 28/04/2008 00:21 |
Quase Um pouco mais de sol - eu era brasa, Um pouco mais de azul - eu era além. Para atingir, faltou-me um golpe de asa... Se ao menos eu permanecesse aquém... Assombro ou paz? Em vão... Tudo esvaído Num grande mar enganador de espuma; E o grande sonho despertado em bruma, O grande sonho - ó dor! - quase vivido... Quase o amor, quase o triunfo e a chama, Quase o princípio e o fim - quase a expans찾o... Mas na minh'alma tudo se derrama... Entanto nada foi só ilus찾o! De tudo houve um come챌o ... e tudo errou... - Ai a dor de ser - quase, dor sem fim... Eu falhei-me entre os mais, falhei em mim, Asa que se enla챌ou mas n찾o voou... Momentos de alma que, desbaratei... Templos aonde nunca pus um altar... Rios que perdi sem os levar ao mar... nsias que foram mas que não fixei... Se me vagueio, encontro só indícios... Ogivas para o sol - vejo-as cerradas; E m찾os de herói, sem fé, acobardadas, Puseram grades sobre os precipícios... Num ímpeto difuso de quebranto, Tudo encetei e nada possuí... Hoje, de mim, só resta o desencanto Das coisas que beijei mas n찾o vivi... Um pouco mais de sol - e fora brasa, Um pouco mais de azul - e fora além. Para atingir faltou-me um golpe de asa... Se ao menos eu permanecesse aquém... Manela, Isabel e Espadinha, Depois que li este poema "Quase", veio-me um pensamento (não sei se louco?!): quem escreve assim quase tem o direito de fazer o que ele fez, ou seja, decidir se quer viver ou n찾o. Impresionantemente lindo!!!!! Beijinhos, Mayra
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De: antunesgalv찾o1 |
Enviado: 28/04/2008 01:54 |
"...O Sá Carneiro não teve biografia:teve só génio.O que disse foi o que viveu". Fernando Pessoa |
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De: antunesgalv찾o1 |
Enviado: 28/04/2008 01:54 |
"...O Sá Carneiro não teve biografia:teve só génio.O que disse foi o que viveu". Fernando Pessoa |
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De: sao_percheiro25 |
Enviado: 28/04/2008 01:56 |
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De: sao_percheiro25 |
Enviado: 28/04/2008 02:23 |
Último Soneto Que rosas fugitivas foste ali! Requeriam-te os tapetes, e vieste... --- Se me dói hoje o bem que me fizeste, É justo, porque muito te devi.
Em que seda de afagos me envolvi Quando entraste, nas tardes que apareceste! Como fui de percal quando me deste Tua boca a beijar, que remordi...
Pensei que fosse o meu o teu cansa챌o --- Que seria entre nós um longo abra챌o O tédio que, t찾o esbelta, te curvava... E fugiste... Que importa? Se deixaste A lembran챌a violeta que animaste, Onde a minha saudade a Cor se trava?... Mário de Sá-Carneiro
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