Joanesburgo (Canal de Moçambique) - Os mais de 2 milhões de emigrantes africanos presentemente a residir na África do Sul remetem anualmente para as suas famílias na região da SADC cerca de 6,1 mil milhões de randes. Os emigrantes moçambicanos constituem o segundo maior grupo de africanos a residir na África do Sul. Estima-se que vivam nesse país cerca de 650.000 moçambicanos, incluindo pessoal recrutado para trabalhar em minas sul-africanas no âmbito de um acordo bilateral e trabalhadores clandestinos. O valor das remessas de moçambicanos a trabalhar na África do Sul situa-se na ordem dos 2,5 mil milhões de randes, sendo enviadas através de canais oficiais e informais. Os valores enviados por emigrantes para os seus países de origem equivalem a mais do dobro da ajuda económica e quase 2/3 do investimento directo estrangeiro efectuado em países em desenvolvimento. Um estudo do Banco Mundial e da firma de pesquisa, «Genesis Analytics», citado pelo semanário «Financial Mail» de Joanesburgo, refere que uma grande percentagem das remessas para os diversos países da regi찾o da SADC (principalmente Mo챌ambique, Zimbabwe, Botswana, Lesoto, Malawi, e Suazil창ndia) é feita através de familiares e amigos, condutores de táxis (chapas) e por intermédio dos correios. O recurso a circuitos informais para o envio de fundos por parte dos emigrantes prende-se, em parte, com os custos elevados praticados pelas diversas institui챌천es bancárias, especialmente a «Western Union» e a «MoneyGram International». De acordo com o «Financial Mail», embora África seja dos continentes mais pobres do mundo, os custos aí praticados com o envio e recepção de remessas de trabalhadores emigrantes são dos mais elevados à escala mundial, chegando a absorver até 1/3 das remessas. A «MoneyGram International» é uma das instituições utilizadas por emigrantes africanos para transferência de fundos. Ela cobra uma taxa fixa de US$9,99 par enviar até US$500 a partir dos Estados Unidos para o continente africano. A mesma instituição cobra US$20,00 para o envio de quantia idêntica da África do Sul para outros países do continente africano. Todavia, os condutores de táxi cobram uma comissão que chega a atingir os 20% do montante a enviar, comparativamente aos 5% cobrados pela «MoneyGram International». A opção por esse circuito informal tem a ver com a impossibilidade dos emigrantes apresentarem a documentação exigida pelos bancos para poderem enviar dinheiro para os seus familiares no estrangeiro. Um outro factor que encoraja os emigrantes a recorrerem aos circuitos informais deve-se à ausência de instituições bancárias nas zonas rurais. Os governos dos países africanos foram aconselhados a conceder incentivos a institui챌천es bancárias e de microfinan챌as a fim de melhor servirem os interesses dos seus emigrantes. (Redac챌찾o / Financial Mail)
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