Maputo (Canal de Moçambique) – O Procurador-geral da República (PGR), Augusto Paulino, foi na terça-feira passada, 29 de Abril, à Assembleia da República (AR) apresentar, de outros pontos, o "Informe Anual" sobre a situação da criminalidade no País. A reportagem do «Canal de Moçambique» saiu à rua para colher sensibilidades dos cidadãos quanto ao assunto que de há algum tempo para cá tem tirado sono aos mesmos, o que respeita à tranquilidade e segurança pública. Aqueles cidadãos afirmam nos seus depoimentos que o «Informe Anual» do Procurador-Geral da República não espelha a realidade actual em que o País se encontra.
O destaque das interven챌천es dos nossos interlocutores aponta para o facto do PGR no seu informe n찾o ter tocado com profundidade a quest찾o de processos criminais que nunca s찾o julgados e outros acabam mesmo por ser arquivados supostamente por falta de matéria probatória.
Os mesmos cidad찾os uma vez que o próprio PGR, no seu informe anual assume que a criminalidade no País conheceu em 2007 um aumento, com a Província de Maputo a liderar a lista, acreditam ser já tempo de se
inverterem as estratégias de actua챌찾o da polícia e do andamento dos processos nos tribunais".
Stélio Nhatumbo, estudante na Universidade Eduardo Mondlhane disse que "é de louvar o informe anual do Procurador-geral da República sobre a criminalidade no País. Isso vem revelar a coragem que teve de publicamente
dizer a verdade ao povo moçambicano", mas "é uma verdade não completa por ainda existirem muitos casos criminais com processos pendentes à espera de um julgamento que nunca chega, por isso não espelha a realidade do País no âmbito da justiça".
O mesmo interlocutor, referiu ainda que o informe anual do PGR sobre a criminalidade no País, só irá corresponder às expectativas dos cidadãos quando se começar a dar vazão muitos processos que estão nas gavetas dos
tribunais.
"Eu penso que este informe n찾o devia apenas nos trazer quest천es sobre o aumento da criminalidade. Devia também nos dar a conhecer o andamento de processos que est찾o arquivados nos tribunais, muitos alegadamente por falta
de matéria para o seu prosseguimento, o que nem sempre tem sido verdade. Quantos casos como o do assassinato do músico Pedro Langa mereceram um desfecho satisfatório em 2007?", indagou a fonte, acrescentando de seguida
que "é também sobre estes assuntos que o Governo ainda deve esclarecimentos aos cidad찾os porque n찾o basta apenas avan챌ar números e ainda assumir que a criminalidade subiu".
Por seu turno, Lizete Zimila, estudante na Universidade pedagógica disse sem evasivas que "o informe do Procurador-geral da República peca por n찾o
incluir casos que tenham a ver com os processos criminais que há tempo aguardam julgamento nos tribunais".
Ainda de acordo com a interlocutora, com os números avan챌ados por Augusto Paulino, dando conta de que a criminalidade subiu em 2007, "fica difícil perceber se há ou n찾o justi챌a em Mo챌ambique, e há também que se
questionar se a polícia está ou n찾o a trabalhar seriamente no sentido de garantir a seguran챌a dos cidad찾os", rematou.

(Emildo Sambo)