Maputo (Canal de Moçambique) - O Ministro da Educação e Cultura (MEC), Aires Binifácio Aly, veio a público, através deste diário, esclarecer que "não será num curto prazo que o ensino à distância irá aliviar a procura de vagas no ensino secundário geral", referindo-se concretamente aos graduados das 7ªs e 10ªs classes, que pretendem prosseguir os seus estudos no ensino secundário geral. Aires Aly fez estes pronunciamentos, alegadamente para "dissipar todas as dúvidas que possam persistir" sobre este novo modelo de ensino adoptado pelo executivo moçambicano, a partir deste ano, para o ensino secundário geral.
É que arrancou oficialmente na passada segunda-feira, na cidade de Maputo, o ensino à distância, para o ensino secundário geral. E, contrariamente ao que se esperava pela parte dos candidatos a este novo modelo de ensino, nesta fase de arranque foram contemplados apenas 200 estudantes e somente para as 8ªs classes, em todo a capital moçambicana. Visto que havia muitos alunos que se tinham candidatado para este modelo de ensino, e que para eles o ensino à distância constituía a única alternativa para continuarem com os estudos, não tendo sido contemplados nesta fase, muitas contestações surgiram pela parte deles.
Alguns candidatos não apurados ao ensino à distância mostraram a sua apreensão pelo o facto e pediam explicações ao Ministério da Educação e Cultura (MEC).
Júlio Manhiça, um dos estudantes na situação acima descrita, falou à nossa reportagem e questionava, em tom de indignação, "como é que o novo modelo de ensino arranca com um número de estudantes muito insignificante, sabendo-se que há muitos candidatos que dependiam deste modelo de ensino para não ficarem sem fazer nada?".
Outros estudantes ainda, que falaram a este diário, alegavam o facto de o Governo ter apelidado o ano 2008 como ano de "educação inclusiva", epíteto este justificado pela introdução de ensino à distância para o ensino secundário geral, este ano. Queriam entender "como sendo ano de educação inclusiva, tal ensino à distância abrange um número ínfimo de estudantes e exclui muitos".

A vers찾o do ministro Aires Aly

O «Canal de Moçambique» levou as preocupações destes estudantes ao responsável máximo da Educação em Moçambique. Aires Aly reconhece, em primeiro lugar, a carência de vagas no ensino secundário geral no País e reiterou que "é por isso mesmo que o governo decidiu introduzir o ensino à distância para esta área de ensino".
Indo concretamente às preocupações dos cidadãos aqui expostas, o ministro da Educação explicou que "não será num curto prazo que o ensino à distância irá aliviar a procura de vagas no ensino secundário geral". Aires Aly disse isso justificando que "agora se está numa fase piloto, que é de experiência, não podendo, portanto, abranger um número elevado de estudantes".
Não obstante o facto de ainda estarmos na primeira semana da implementação deste modelo de ensino, o titular da pasta de Educação afirmou estar esperançado de que "num futuro médio este modelo de ensino irá satisfazer a demanda dos graduados de 7ªs e 10ªs classes que pretendem continuar no ensino secundário geral, mas que não conseguem vagas no ensino presencial". O ministro, esclarecia deste modo as inquietações dos candidatos não admitidos à fase piloto do ensino à distância.

(Borges Nhamitrre)