A Funda챌찾o do Gil tem como prioridade para 2008 intervir nos países africanos de língua oficial portuguesa (PALOP), estando a Guiné, S찾o Tomé e Príncipe e Cabo Verde na linha da frente, revelou a administradora-executiva da institui챌찾o.
«Setenta por cento das crian챌as alojadas na Casa do Gil s찾o oriundas dos PALOP, pelo que a nossa aposta para 2008 é na abertura e no trabalho directo com esses países», afirmou Margarida Pinto Correia. A ideia é «tentar prevenir a maior parte de virem para Portugal e, nos casos em que n찾o se consegue prevenir isso na origem, acompanhar essas pessoas aqui e devolv챗-las ao seu país, o mais depressa possível», sublinhou.
Para a administradora-executiva da Funda챌찾o do Gil, esse trabalho visa atenuar «um caso social brutal em Portugal», que «é o dos doentes dos PALOP entrarem no país ao abrigo do acordo de saúde e depois ficarem pendurados cá, a criar outros núcleos familiares com outras crian챌as que ficam ao abrigo da nossa seguran챌a social, numa bola de neve que n찾o pára».
Margarida Pinto Correia falava à margem da apresentação do projecto «Um Chapéu Por Um Sorriso», desenvolvido pelo Museu da Chapelaria de S. João da Madeira, que envolve estilistas portugueses convidados a executarem chapéus para serem leiloados em Junho. Katty Xiomara, Miguel Vieira, Filipe Faísca e Lidija Kolovrat, e ainda valores emergentes como Pedro Alves, Andreia Prado Marques, Celsus, Jordann Santos, Jorge Costa e Juliana Cerdeira são alguns dos estilistas que aderiram. A receita do leilão reverterá a favor da Fundação do Gil.
O projecto envolve não só designers já consagrados como também novos talentos, devendo a iniciativa culminar a 27 de Junho, com a festa em que serão leiloadas as peças. Antes de serem entregues aos seus novos proprietários, os chapéus ficam à guarda do museu, onde estarão expostos até ao final do ano, altura em que passam a integrar uma exposição itinerante que já tem passagem prevista pelo Centro Comercial Bombarda, no Porto.
A iniciativa prevê ainda uma segunda fase, na qual o museu convidará os mesmos estilistas envolvidos no leilão a criarem um chapéu de autor destinado a integrar o acervo do espaço museológico. Com essa proposta, a intenção é que, à semelhança do que acontece noutros equipamentos europeus ligados à moda, os estilistas portugueses passem a ter uma peça sua no único museu de chapelaria da Península Ibérica. Os participantes têm apenas que obedecer a um requisito: utilizar o feltro como matéria-prima a aplicar no fabrico do chapéu.
Diário Digital / Lusa
08-05-2008 8:20:00