ANTÃNIO PEREZ METELO
G8. Hoje debate-se a crise económica mundial
África exige que os países do G8 cumpram a palavra dada em 2005
No primeiro dia da cimeira do G8 a decorrer em Toyako, na ilha de Hokkaido, no Norte do Japão, o debate centrou-se em África. Os chefes de Estado e de Governo dos oito países mais ricos (Alemanha, Canadá, EUA, França, Grã-Bretanha, Itália, Japão e Rússia), o presidente da Comissão Europeia e o secretário-geral da ONU convidaram para o almoço e para uma sessão de trabalho os líderes de sete países africanos (África do Sul, Argélia, Etiópia, Gana, Nigéria, Senegal e Tanzânia) e o secretário-geral da União Africana. Dois temas marcaram a agenda: a ajuda ao desenvolvimento e a situação política no Zimbabwe.
Os países africanos recordaram o compromisso assumido pela Cimeira do G8 de Gleneagles, na Escócia, em 2005, de duplicar a ajuda pública ao desenvolvimento dos 25 mil milh천es de dólares, em 2004, para os 50 mil milh천es, em 2010. Passados tr챗s anos, o acréscimo nem chega a um quarto do refor챌o prometido. A carestia dos alimentos e das matérias- primas veio ainda agravar a possibilidade dos países africanos atingirem as metas de desenvolvimento económico que procuram alcan챌ar.
Dur찾o Barroso anunciou que vai propor aos 27 países da UE mobilizar mil milh천es de euros de verbas n찾o gastas dos or챌amentos da Uni찾o de 2008 e 2009 para o desenvolvimento do sector agrícola dos países em vias de desenvolvimento.
Um agrupamento de ONG fez-se eco da exig챗ncia de cumprimento da palavra dada pelo G8. O porta-voz da Oxfam Internacional lembrou que esses países gastaram já "um milh찾o de milh천es de dólares para apoiar a banca. Como é possível que n찾o tenham 25 000 milh천es para honrar o seu compromisso?"
Quanto à situação no Zimbabwe várias conversações bilaterais conduziram a posições públicas muito fortes contra a situação criada pela farsa eleitoral montada por Robert Mugabe. Os EUA, o Japão, a Alemanha, a Grã-Bretanha e o Canadá querem que a ONU assegure urgentemente a democracia no Zimbabwe. Já a União Africana preconiza um governo de unidade nacional sem o afastamento de Mugabe. |