Lula da Silva visita Mo챌ambique
O Brasil deverá financiar uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais que começará a funcionar em Maputo até ao final de 2009.
A visita do Presidente brasileiro a Moçambique, a 16 de Outubro, vai constituir um "impulso poderoso" nas relações bilaterais através de "medidas concretas", disse quinta-feira, em Brasília, o ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano. Oldemiro Balói, que se encontra em visita oficial ao Brasil, evitou precisar que medidas concretas seriam estas, mas fontes governamentais em Brasília avançaram que Lula da Silva deve anunciar o financiamento de uma fábrica de medicamentos anti-retrovirais que começará a funcionar em Maputo até ao final de 2009. O ministro das Relações Exteriores brasileiro, Celso Amorim, disse que o Governo está a definir se os recursos a serem aplicados na construção da fábrica de anti-retrovirais serão transferidos por doação ou mediante cooperação técnica. "Isto vai estar definido até antes da visita do Presidente Lula a Moçambique", disse Celso Amorim. De acordo com o Ministério da Saúde, o Brasil deve investir 10 milhões de dólares (6,5 milhões
de euros) na fábrica de Maputo, sendo que quatro milhões de dólares destinados à primeira etapa do projecto já estarão disponíveis até o final deste ano. "O impacto da fábrica há-de ser grande. Primeiro, é uma indústria que se instala, que gera empregos e contribui para o PIB (Produto Interno Bruto). Sob o ponto de vista da saúde, o impacto será ainda muito maior", salientou Balói. O ministro moçambicano lembrou que a taxa de prevalência da sida no seu país é muito alta - 16% - e que a possibilidade de ter medicamentos produzidos localmente facilitará a distribuição, além de beneficiar, numa fase posterior, outros países africanos. A matéria-prima da fábrica de anti-retrovirais será fornecida pela Ãndia e a tecnologia pelo Brasil. A nova unidade de medicamentos de Moçambique vai fabricar oito dos 15 anti-retrovirais que o Brasil tem tecnologia para produzir. Os técnicos moçambicanos serão formados pelo laboratório Farmanguinhos, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que
se está a instalar em Moçambique. O acordo entre os Governos brasileiro e moçambicano para a instalação em Maputo da sede do escritório regional da Fiocruz em Ãfrica foi assinado quinta-feira, no Palácio do Itamaraty, em Brasília, pelos chefes da diplomacia dos dois países. Balói e Amorim firmaram também o acordo que permitirá a capacitação dos técnicos moçambicanos na área de produção de medicamentos anti-retrovirais. Outro convénio assinado prevê a implementação de um projecto para fortalecer o órgão regulador moçambicano do sector farmacêutico, mediante capacitação e intercâmbio com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). "Queremos concretamente criar um marco neste relacionamento. Há uma angústia das duas partes em fazer muito mais do que estamos fazendo", disse o presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), após reunião com o MNE moçambicano. Silvio Crestana e a delegação africana chefiada por Oldemiro Balói passaram em revi
sta os projectos de cooperação já existentes e acertaram focar mais os projectos para obter "resultados visíveis", como a melhoria da produtividade agrícola e pecuária de Moçambique. Alguns projectos nesta área poderão ser anunciados durante a visita de Lula da Silva a Moçambique, a terceira desde que assumiu o poder em 2003. Moçambique será o único país africano que o Presidente brasileiro visitará na viagem em Outubro, que vai incluir também Espanha e Ãndia, segundo o Palácio do Planalto.
, Sexta-feira, 5 de Set de 2008
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