É assim que hoje me sinto... sem rosto, sem formas nada... não me perguntem nada pois nada saberia responder, se está triste ou alegre sem uma explicação plausível.
Hoje estou com Bocelli e sua música bem alta, sinto como que um vento de norte, e já chorei, acho que de raiva, porque se chora por varios motivos, hoje estou assim, me vesti para sair e logo me despi, me olhei ao espelho e me achei estranhamente feia, e uma raiva subita se apoderou de mim, quando todos acabaram de comer e foram embora olhei as migalhas espalhadas pela mesa... muitas seriam as migalhas da minha vida, devia comer, mas não sabia o quê, peguei numa fatia de queijo meti á boca, mas a raiva continuava, bebi um café a escaldar, acabei por encolher os ombros e vir falar um pouco contigo, quem sabe ficarei melhor.
Mal dormi esta noite.
Faz tanto tempo que não vejo as ruas iluminadas de Natal... o meu Natal Senhor tanto tempo que não abro as prendas, que a família se foi perdendo, tanto tempo... Olhei a luzes da árvore de Natal onde o Menino Jesus se havia esquecido de descer pela chaminé e por a prendinha no sapatinho...
Nesse Natal distante uma estrela no céu se esquecera de brilhar e tudo mudaria minha vida.
Chega bolas, não vou mais chorar, até porque ainda fico mais feia, levantei mais o som, ora...posso fazer barulho á vontade, já não há ninguém por perto, todos foram embora, a mulatinha da frente já não virá cá mais trazer um pratinho de arroz doce, não terei mais aquele abraço de parabéns dos meus vizinhos de desventuras, só uma luz de Natal brilha na porta 17 assinalando que é Natal!
São Percheiro