Uma equipa francesa de cientistas criaram a Dbait, moléculas que têm a capacidade de enganar as células cancerígenas que resistem à radioterapia e de provocar nelas o "suicídio".
A equipa de Marie Dutreix, do Instituto Curie (Paris), criou estas moléculas que enganam as células cancerígenas fazendo-as crer que sofreram mais danos do que sofreram na realidade.
As Dbait, são pequenos fragmentos de DNA que se assemelham às rupturas dos filamentos da dupla hélice de DNA das células cancerígenas.
"Este engodo engana as funções de reparação das células", explica Marie Dutreix, responsável pela pesquisa.
As lesões reais provocadas pela radioterapia "passam desapercebidas" num sistema já "alertado", por outro lado, com estas moléculas, as células cancerígenas acabam por se autodestruir.
A associação Dbait-radioterapia afecta entre 75 e 100 por cento da zona tumoral, contra os 30 a 50 por cento se for usada apenas a radioterapia.
Além disso e segundo a investigadora, as Dbait não causam qualquer toxicidade nos tecidos saudáveis.
Os primeiros testes clínicos no ser humano estão previstos para o final de 2010 ou início de 2011 em quatro clínicas de Paris.
As pesquisas desta cientista estão focadas principalmente nos melanomas (cancro da pele) e nos glioblastomas (tumores cerebrais), conhecidos pela sua resistência aos tratamentos.
As Dbait são injectadas horas antes do tratamento de radioterapia.
Este trabalho de Marie Dutreix foi publicado no domingo na revista norte-americana Clinical Cancer Research.