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notcias: CINEMAS NA BEIRA - QUEM MAIS ROUBA (BY MANUEL AFONSO)
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De: nhungue  (Mensaje original) Enviado: 25/02/2009 12:07

 

 

CINEMAS NA BEIRA - QUEM MAIS ROUBA

 


Casas de cinema na Beira: Já nem há para roubar

É COMO se uma guerra as tivesse devastado e feito desaparecer as pessoas que pudessem tomar conta dos edifícios. É como se fossem castelos de areia erguidos sem qualquer esforço e a sua destruição não causasse qualquer dor a quem os tenha edificado, muito menos às pessoas que os apreciam. Caracterizando-se por uma invejável projecção arquitectónica, duas casas de cinema na cidade da Beira, designadamente o Cinema Nacional e 25 de Setembro, localizados no centro da cidade e no bairro da Manga, respectivamente, estão a cada dia que passa a conhecer uma progressiva degradação devido à sua não utilização.

 
Maputo, Quarta-Feira, 24 de Dezembro de 2008:: Notícias

 

Decidimos falar destas duas casas pelo facto de serem as únicas que continuam entregues à sua sorte. A cidade da Beira já teve seis casas de cinema em funcionamento.

A degradação e a pilhagem dos bens, sem que haja qualquer reacção para salvar aquele património do Estado, fazem os citadinos  conjecturarem várias hipóteses: interesses obscuros por parte de alguns dirigentes que precisam a todo o custo dos imóveis, a convivência com o gene de deixa-andar, ou simplesmente sabotagem económica.

O Cinema Nacional, no centro da cidade, virou um antro de marginais, que fazem e desfazem. Os gatunos agem sem oposição, porque as casas estão aparentemente abandonadas.

O edifício do Cinema 25 de Setembro, um monstro que também está a cair de podre, virou não só esconderijo de marginais, como também vem servindo de albergue de cães vadios.  

Nas referidas casas praticamente nada resta, senão a própria infra-estrutura. Portas, componentes eléctricas, torneiras, sanitas, cadeiras, ferros que serviam de parapeitos, urinóis, foi tudo vandalizado e roubado. Parece mesmo que a guerra de desestabilização terminada em 1992 também por ali passou.

SAQUES, PROCRIAÇÃO E RATOS

Os vândalos, “apadrinhados” pela aparente inércia do Instituto Nacional de Cinema, passeiam e fazem daquele património seu lar. Mesmo com os portões trancados a sete chaves os gatunos acompanhados das suas  parceiras, conseguem entrar com a finalidade não só de dormir, como também de roubar.

Porque já roubaram tudo o que existia, os malfeitores estão agora apostados em retirar ferros e fios eléctricos, enquanto os roedores ajudam a partir o chão.

Segundo apurou a nossa Reportagem nestas duas casas, a parte externa dos edifícios está intacta, apresentando uma boa aparência, mas no seu interior os estragos são enormes.

Um jovem que não quis revelar o seu nome, e que logo às seis horas do segundo dia do mês de Dezembro saía das instalações do Cinema Nacional, disse à nossa Reportagem que estava somente a dormir, quando o questionámos sobre o que estava lá a fazer.

Aparentando 19 anos, o jovem quis, por sua vez, saber do nosso repórter os motivos que nos levavam a questioná-lo. Chegou mesmo a perguntar se éramos os donos da referida casa.

“Quando tentar abusar os outros vamos lhe faltar respeito. Eu estava apenas a dormir, porquê é que perguntas se esta casa não é tua?”- reagiu já irritado.. “Tenta perguntar aos outros que estão aí se não vais levar uma surra”.

Do lado de trás do edifício, os jovens que lá dormem, antes de saltarem para fora da casa espreitam. Nesse dia ainda vimos um menino de 12 anos a sair do local logo de manhãzinha. Disse chamar-se Toni. Revelou ser órfão de pai, mas que a mãe estava no Dondo e ainda disse que só há uma semana que dormia naquele lugar. “Já não vou dormir aqui porque para entrar custa muito, é preciso saltar e entrar por cima”.

Toni explicou que quem retira os bens de lá são “uns meninos grandes, eles têm serrotes e noutras vezes trazem meninas e dormem juntos aqui”.

Um outro jovem, que disse estar a viver naquelas condições por causa das desavenças que tem com os seus parentes em Inhamudima, arredores da cidade Beira, afirmou que apenas vai ali para dormir. “Pode entrar aqui, já não tem coisa para roubar, as pessoas que dizem que vamos para saquear estão a mentir, porque já não há nada, se quiserem nos prender não vão ter matéria, nós só estamos a utilizar a casa para descansarmos porque sabemos que ninguém está”.  


HÁ UMA SABOTAGEM DELIBERADA

Alguns fazedores de arte na cidade da Beira acham que há qualquer coisa como alguma sabotagem de alguém em condições de fazê-lo. Afirmam não haver qualquer justificação para deixar cair de podre infra-estruturas como aquelas numa altura em que o próprio Governo se ressente da falta de espaços para funcionamento de alguns serviços.

Lucas Nhamajabo, actor de teatro da Casa de Cultura de Sofala, disse em contacto com o nosso Jornal que o que está a acontecer com as casas de cinema é uma tentativa de atrapalhar as pessoas.

“Parece-me que há alguém lá no Ministério da Educação e Cultura ou mesmo no Instituto Nacional de Cinema que precisa destas instalações, razão que o leva a deixar neste estado. Esta é uma táctica de alguns mafiosos. Eles estão de olho nas casas e à menor oportunidade isto vai virar armazém de um comerciante qualquer que pague mais dólares na sua compra”.

Moisés Saela, jornalista cultural da RM, disse que a questão das casas de cinema na Beira, concretamente o 25 de Setembro e o Novocine, devia ser objecto de debate porque, segundo ele, não se pode deixar ruir e vandalizadas estas infra-estruturas que para nós são históricas. “Este é um dos frutos da independência nacional e não podemos deixar que estas conquistas sejam desfeitas por gente sem competência. Isso não passa de uma sabotagem, alguém, não da Beira, mas de Maputo, que tem o controlo destas casas, devia ser responsabilizado”.

REVERSO DA MOEDA

Havia no total seis casas de cinema a degradar-se na cidade da Beira. Felizmente, três delas já se encontram nas mãos de outros gestores, designadamente Vitória, na Manga, Novocine, 3 de Fevereiro e Olímpia. Destas, o Novocine, que está sob gestão do grupo Luso Mundo, é o que se encontra em melhores condições. O 3 de Fevereiro, que virou património da Universidade Pedagógica, delegação da Beira, está em obras que visam transformá-lo num centro de conferências conforme já foi dado a conhecer.

O Olímpia, que nos primeiros meses após a sua adjudicação a cidadãos asiáticos deu algumas sessões de cinema, agora procurou uma outra forma de rentabilizar as suas instalações, arrendando-as à Igreja Universal do Reino de Deus.

Um gestor daquele cinema, que num breve contacto com o nosso Jornal afirmou não ser rentável a actividade de cinema, disse também que sempre que tiver novidades entra em acordo com a igreja que tem estado a ocupar a sala para projectar filmes.

A fonte, que solicitou o anonimato afirmando não ser a pessoa indicada para o público, opinou que para o renascimento da indústria cinematográfica é necessário que haja uma política de proteccionismo, como o que acontece com as açucareiras, obrigando as pessoas que importam cassetes de vídeos ou DVD a pagarem  taxas e a licenciarem-se.

O Novocine é por enquanto a única casa que desenvolve em pleno as suas actividades cinematográficas na cidade da Beira.

Rodrigues Luís



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