Poema do Idoso
Se meu andar é hesitante
e as minhas mãos trêmulas, ampare-me.
Se a minha audição não é boa, e tenho de me
esforçar para ouvir o que você
está a dizer, procure entender-me.
Se a minha visão é imperfeita
e o meu entendimento escasso,
ajude-me com paciência.
Se a minha mão treme e deixo cair comida
na mesa ou no chão, por favor,
não se irrite, tentei fazer o que pude.
Se você me encontrar na rua,
não faça de conta que não me viu.
Pare para conversar comigo. Sinto-me só.
Se você, na sua sensibilidade,
me vir triste e só, simplesmente partilhe comigo um sorriso e seja solidário.
Se lhe contei pela terceira vez a mesma história num
só dia, não me repreenda, simplesmente ouça-me.
Se me comporto como criança, cerque-me de carinho.
Se estou doente e sendo um peso, não me abandone.
Se estou com medo da morte e tento negá-la,
por favor, ajude-me na preparação para o adeus.