http://tv1.rtp.pt/noticias/?t=Filme-adaptado-de-livro-de-Mia-Couto-comeca-a-ser-rodado-quarta-feira-e-vai-custar-um-milhao-de-euros.rtp&article=208632&visual=3&layout=10&tm=4
Filme adaptado de livro de Mia Couto começa a ser rodado quarta-feira e vai custar um milhão de euros
publicado 14:56 17 Março '09
Maputo, 17 Mar (Lusa) -- Uma equipa de meia centena de pessoas, dirigida pelo realizador moçambicano João Ribeiro, começa quarta-feira a filmar perto de Maputo "O último voo do flamingo", uma longa-metragem orçada num milhão de euros.
Adaptado do livro com o mesmo nome do escritor moçambicano Mia Couto, o filme vai ser rodado em Marracuene, uma vila nos arredores de Maputo, durante as próximas seis semanas, devendo estar pronto no final do ano, de acordo com as previsões de João Ribeiro.
Em conferência de imprensa, para apresentar o filme e o elenco, João Ribeiro explicou que está a tentar fazer "O último voo do flamingo" há nove anos, justificando que só agora conseguiu reunir os apoios necessários, a maior parte de Portugal.
Com argumento do português Gonçalo Galvão Teles e do próprio João Ribeiro, com actores moçambicanos mas também do Brasil, Portugal e Itália, o filme é uma produção de Moçambique (State One), Portugal (Fado Filmes), Brasil (Videofilmes), Espanha (Potenza Films) e Itália (Carlo d´Ursi Produzione).
Luís Galvão Teles, também presente na conferência de imprensa, adiantou que há ainda apoios franceses para a produção da longa-metragem, sendo previsível que haja ainda um apoio da União Europeia.
A história de "O último voo do flamingo" gira em torno de cinco mortes inexplicáveis de outros tantos soldados da ONU, numa vila imaginária, Tizangara, no período do pós-guerra civil em Moçambique.
"Escolhemos Marracuene porque é uma vila parada no tempo, que tem todas as matizes de Tizangara", disse João Ribeiro, que já adaptou para o cinema (curtas metragens) outros livros de Mia Couto.
O escritor, que assistiu à conferência de imprensa, garantiu à Lusa que não se sente incomodado com a adaptação para o cinema de obras suas, porque a partir desse momento é outra obra que nasce. "Aquilo já não é meu", explicou.
"O filme não pode ser a obra que o Mia Couto escreveu", salientou também o realizador, acrescentando que vai tentar "sempre que possível" incluir a linguagem utilizada pelo escritor.
FP.