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General: APESAR DE TUDO, POR MARGARIDA REBELO PINTO
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De: isaantunes (Mensaje original) |
Enviado: 14/06/2009 10:00 |
Os paraísos servem-nos para esquecer que o resto do mundo existe ou para nos lembrar que o mundo pode ser um lugar melhor? Depois de uma semana em Moçambique, onde visitei Maputo e as belas ilhas do Bazaruto e de Santa Carolina, regressei de África com a sensação de ter visitado uma outra face da terra. Por mais filmes que se vejam, mais livros que se leiam, por mais documentários e notícias que nos passem debaixo dos olhos, África só pode ser absorvida, entendida e sentida in loco, com as suas cores e os seus cheiros, a sua beleza e a sua miséria, a sua música e a sua magia, a sua imensidão e as suas gentes. Foi preciso ir a África para finalmente perceber a nostalgia incurável, qual malária do coração, dos que lá nasceram, cresceram ou viveram, e que a descolonização obrigou a uma partida forçada. O que mais me tocou em Moçambique foi o povo moçambicano: educado, afável, tranquilo, feliz. Apesar da miséria, apesar da fome, apesar das doenças, apesar de tudo. África é um continente sem filtro; tudo se vive à flor da pele e em carne viva. E tudo é brutal, seja o belo ou o horrendo. Mas os moçambicanos possuem uma doçura que deve ser só deles e que me conquistou para sempre. Viajei para lá contente e regressei feliz. Fui leve e voltei ainda mais leve. À parte do clássico episódio da intoxicação alimentar, tive uma viagem de sonho, não só pela beleza de tudo o que vi, pela forma como fui tratada. Os empregados do Pestana Lodge no Bazaruto já sabiam o meu nome desde o segundo dia e quando foi preciso tratar da maleita, fizeram-me canja, maçã cozida e não descansaram enquanto não me viram outra vez com cores na cara. Ora este tipo de atenção não está incluído naquilo a que chamamos serviço de luxo. Um calor genuíno fez-me pensar como nos relacionamos com os outros, independentemente daquilo que eles nos possam dar em troca. Uma atitude generosa gera quase sempre generosidade do outro lado. A paz puxa a paz, a bonomia puxa a bonomia, a empatia gera empatia. Não sei quando voltarei a África nem sequer se o que lá vivi perdurará na minha existência, mas tenho a certeza de que aprendi mais do que penso, de que vi mais do que acredito ter visto e de que guardei mais do que agora me lembro. O que eu sei é que me ficou na pele aquela forma de ser e de estar moçambicana, os sorrisos que dão a volta à cara toda, as músicas entoadas nas carrinhas de caixa aberta que atravessam a cidade ao fim-de-semana com dezenas de homens e mulheres a caminho de um casamento, a alegria natural e espontânea que nunca pode ser fingida nem fabricada. Há muito amor em Moçambique. Muito amor e muito prazer, apesar da fome, apesar da miséria, apesar de tudo. | | | | |
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De: isaantunes |
Enviado: 14/06/2009 10:05 |
Lamento, não consegui alterar a cor!
Beijinhos.
Isabel |
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De: mayrameireles |
Enviado: 14/06/2009 15:42 |
Isabel,
Está bem assim. Muitas vezes eu também não consigo alterar a cor.Para ler, eu passo o rato e pronto...as letras ficam bem legíveis.
O texto é belíssimo! Tocou-me de maneira profunda, não sei se porquê eu tenho Moçambique em minh'alma...
Explicar?! - Não sei mesmo!!!!!
Beijos,
Mayra |
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De: isaantunes |
Enviado: 14/06/2009 16:51 |
Mayra,
De Coimbra diz-se que, "chega a ter saudades dela, quem, nunca, nela viveu", será o que acontece, contigo, em relação a Moçambique...
Beijinhos.
Isabel |
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De: mayrameireles |
Enviado: 14/06/2009 16:59 |
Isabel,
Não creio que seja somente por isto.
É um sentimento que "vem de dentro" ...inexplicável!
Em parte, deve ser pelos laços sinceros e (virtur-) reais, afetivos, que eu sinto até mais fortes do que às pessoas que estão aqui pertinho de mim..tocáveis concretamente.
E o Gê...como se sempre tivéssemos existido: juntos, com uma pequena separação que já retomamos, de algum tempo, de algum lugar do passado!!!!
Muitos beijinhos,
Mayra |
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De: sereyadozambeze |
Enviado: 15/06/2009 15:52 |
*HISTÓRIAS DE CAPULANAS *
*Terça 16 Junho 2009 | 20h00 *
O CCFM apresenta : Exposição
Henriette Njami | Camarões
Inauguração
Terça de 16 Junho 2009 as 20h00
Centro Cultural Franco-Moçambicano
Portas abertas | Cocktail
Ao longo da sua existência o homem é acompanhado por têxteis. Desde que nascemos
até a morte os tecidos marcam as etapas e os eventos que acontecem durante a vida.
Os têxteis criam uma ligação fundamental entre o homem e a sociedade.
A capulana não tem só a função de vestir e decorar. Ela é também um suporte de
mensagens religiosas, políticas e , publicitárias ou define um código social.
Para poder manter boas relações com a família, os vizinhos ou amigos, cada um
têm que possuir várias capulanas, o que vai permitir-lhe de intervir nos
intercâmbios comunitários, económicas e sociais.
Para cada evento, é criada uma capulana que jamais será reeditada. E é portanto
que muito difícil de reunir uma grande quantidade de peças. As obras que vos são
apresentadas durante esta exposição vêm de Moçambique, Camarões, República
Democrática do Congo, Tanzânia, África do Sul, Gabão, Suazilândia e Burkina
Faso. |
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