Maputo (Canal de Moçambique) — A unificação de mecanismos para conservação do leão e para a mitigação do conflito homem animal, é de extrema importância no país. Esta constatação é de um seminário sobre Preparação da Estratégia para a Conservação do Leão em Moçambique, que decorre desde ontem, em Maputo. No encontro que visa fundamentalmente dar a conhecer o estado de conservação desta espécie em Moçambique, bem como procurar formas de mitigar o conflito homem-animal que se verifica em algumas zonas do país discute-se, entre outros assuntos, a pesquisa e conservação do leão na reserva Nacional do Niassa e resultados do primeiro estudo do Leão em Moçambique. Aponta-se que o leão é um dos animais, cuja sobrevivência está ameaçada. Actualmente, a população de leões em Moçambique é estimada em cerca de 2.700 animais, dos quais, “71 por cento encontra se nas áreas livres e os restantes nas zonas de conservação”. O inspector-geral do turismo, Orlando Candua, referiu que estes dados se revestem de grande importância para a conservação do leão e para a mitigação do conflito homem-fauna bravia que afecta sobremaneira as comunidades locais. O referido inspector disse também que Moçambique é um país rico em recursos naturais incluindo extensas áreas com potencialidades para o desenvolvimento de actividades sustentáveis de fauna bravia que devidamente exploradas poderão contribuir de forma significativa para o desenvolvimento do país. Orlando Candua apontou o facto de o país ser signatário de vários protocolos regionais e internacionais que visam a conservação, protecção e uso sustentável das diferentes componentes da biodiversidade de entre as quais a Convenção sobre a Diversidade Biológica, Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies de Flora e Fauna Selvagens Ameaçadas de Extinção. Entretanto, o mesmo inspector de Turismo que já foi governador da província da Zambézia disse que “no âmbito da conservação da biodiversidade foi desenhada e aprovada pelo Governo a Estratégia Nacional de Conservação da Biodiversidade a qual recomenda a elaboração de planos de acção para a conservação de certas espécies de flora e fauna” e “há necessidade de reforçar as medidas de protecção de leões”. Apesar de o leão ser um dos grandes predadores do ser humano, gabo bovino, caprino e canino, refere-se que há necessidade de reforçar medidas que visem a sua protecção. No encontro foi também defendido que deve haver “proibição internacional de sua comercialização devido às condições ecológicas que estão a escassear na natureza associadas ao fraco índice de reprodução e aos abates de machos como troféus de caça ou em defesa de pessoas e bens”.
Encontros da SADC
Ao nível dos países da SADC foram organizados encontros de trabalho com o propósito de partilhar experiências com os países que possuem este recurso para que “haja elaboração de uma estratégia regional de conservação”. “Moçambique como parte interessada participou neste exercício regional tendo reconhecido a necessidade de elaborar uma estratégia nacional para a conservação do Leão”, disse Orlando Candua acrescentando que “em 2008 a Fundação Internacional de Clube de Caçadores, que apoia a estratégia de moçambicana nesta área, demonstrou a vontade de incentivar esta politica de conservação do Leão”. O encontro terminou ainda ontem. (Alexandre Luís)
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