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General: LINCHAMENTOS EM MOÇAMBIQUE POR CARLOS SERRA
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De: isaantunes  (Mensaje original) Enviado: 22/07/2009 09:48

 

 

 

 

Carlos Serra

Moçambicano, nascido na cidade de Tete. Ex-jornalista (1972/1974) e professor do ensino secundário (1974/1977). Doutorado em Sociologia pela École des Hautes Études en Sciences Sociales de Paris (1995). Pesquisador do Centro de Estudos Africanos, presidente do seu Conselho Científico, professor catedrático, regente da Cadeira de Metodologia de Pesquisa na Faculdade de Letras e Ciências Sociais - Universidade Eduardo Mondlane, Maputo, Moçambique. Pesquisador associado do Centre d'Analyses et d'Interventions Sociologiques (CADIS), da Maison des Sciences de l'Homme, Paris, França. Experiência em História, Ciência Política, Sociologia Urbana e Sociologia do Conhecimento. Áreas específicas de reflexão e pesquisa (1995/2008): relações políticas, eleições, processos identitários, racismo, crenças colectivas, rumores, violência colectiva, movimentos sociais, epistemologia das ciências. Autor e director de numerosos livros de História e Sociologia. Coordenador da Unidade de Diagnóstico Social do Centro de Estudos Africanos e nessa qualidade orientando actualmente uma pesquisa sobre potenciais de xenofobia em Moçambique, com o envolvimento de jovens pesquisadores de vários ramos das ciências sociais. Autor do seguinte blogue: http://www.oficinadesociologia.blogspot.com
(Texto informado pelo autor)

In http://buscatextual.cnpq.br/buscatextual/visualizacv.jsp?id=K4276885J9


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De: isaantunes Enviado: 22/07/2009 09:52
Para um melhor entendimento desta obra, recordo o que sobre ela, se disse: "Moçambique: "Cansaço"perante inoperância da polícia leva a linchamentos - Analistas 18 de Fevereiro de 2008, 14:45 Maputo, 18 Fev (Lusa) - A onda de linchamentos que está a abalar a Beira (centro), segunda maior cidade de Moçambique, resulta do "cansaço" dos cidadãos perante a ineficiência das autoridades no combate ao crime, na opinião de analistas ouvidos pela Agência Lusa. Apenas este ano, sete pessoas foram espancadas e carbonizadas até à morte por populares nos subúrbios da Beira, que os acusam de práticas de diversos crimes, entre roubos e assassínios. O sociólogo e professor universitário Carlos Serra, que está a coordenar uma pesquisa em Maputo sobre os linchamentos - prática pioneira da chamada "justiça pelas próprias mãos"- identifica nela "sintomas de cansaço da população perante a ineficiência da polícia". "Nos questionários às pessoas, a resposta mais ouvida tem sido: ´estamos fartos, estamos cansados de ser roubados´. Na Beira, também ouvi um ancião a dizer o mesmo", afirmou Serra. A frustração sentida pelos cidadãos perante a incapacidade do aparelho estatal de combate à delinquência levou já à "privatização da justiça", com os populares a chamar a si a acção punitiva de "pessoas suspeitas ou culpadas de crimes", constata o estudioso. "Por hipótese, admite-se até que há bandos que estão a especializar-se no linchamento de supostos criminosos, como acontece no Brasil e noutras partes da América Latina, devido ao sentimento de que o Estado se demitiu de uma das suas principais funções: providenciar a segurança das pessoas e bens", sublinhou Carlos Serra. A "geografia dos linchamentos" remete a incidência deste fenómeno para áreas suburbanas de menor presença policial, falta de iluminação, altas taxas de desemprego, residências sem segurança e agregados familiares numerosos superiores a cinco elementos. "Nas cidades, onde a presença de sedes de instituições relevantes obriga a uma redobrada vigilância da polícia e da segurança privada, não temos os linchamentos", apontou Serra. Quanto à colocação de um pneu no pescoço da vítima de linchamento, o sociólogo diz "que a cultura do pneu na capital do país levou a que se lhe descobrisse mais uma função: combustível para a queima de ladrões". "Analisei o que chamo de cultura de pneu em Maputo e verifiquei que este elemento está presente na maioria das casas nos subúrbios de Maputo, às vezes como vedação, às vezes como brinquedo para crianças e até como matéria-prima para calçado. De repente, as pessoas olham à volta e dão se conta que tem também combustível, para incendiar o seu próximo". O "necklacing" (pneu à volta do pescoço) tornou-se prática comum de linchamento nos bairros degradados sul-africanos durante o regime de segregação racial, constituindo muitas vezes a pena que eram condenados por "tribunais do povo" os membros da comunidade negra acusados de colaborarem com o regime de "apartheid". Para o jurista António Madure, radicado na Beira, as circunstâncias em que acontecem os linchamentos nesta cidade demonstram a ausência de autoridade nos subúrbios da chamada segunda capital moçambicana. "Todo o ritual que se desenrola nos linchamentos, desde a captura da vítima, espancamento, por vezes até antecedido por algum interrogatório, o pneu que se coloca à volta do pescoço da vítima, e o ateamento do fogo não levam menos de 45 minutos, o que numa situação normal permitiria que a polícia evitasse esse tipo de vingança privada", disse Madure. "Quase em regra, quem aparece depois de consumado o linchamento são agentes da polícia comunitária (escolhidos entre cidadãos dos bairros para fazer a vigilância nocturna) a acudir à situação. Nos casos raros em que é a polícia do Estado, esta chega tarde e nunca a tempo de evitar o pior", enfatizou o jurista. António Madure diz que a fúria popular está a ser aproveitada por algumas pessoas para fazerem ajustes de conta com supostos criminosos. " Nos linchamentos, há um grave risco de se matarem inocentes e parece que já temos esses casos aqui na Beira. Há fortes dúvidas em relação à conduta das últimas vítimas. Ninguém esclarece se de facto eram malfeitores", sublinhou António Madure. Ao invés de resolver o problema do crime, alerta Madure, a chamada "justiça popular" piora a insegurança no seio das pessoas, porque, "por azar, qualquer cidadão de bem pode ser confundido com bandidos, basta gritar "mbafa" - ladrão numa das línguas faladas na Beira. " PMA. Lusa/Fim


 
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