Manica (Canalmoz) – Na província de Manica, em tempos tida como o celeiro da nação, mais de 35 mil famílias estão sob ameaça de fome, caso não chova até o próximo mês de Abril. É a insegurança alimentar, num país em que quem governa procura convencer que estamos em “revolução verde”. Tal facto só vem provar o que sempre defendeu o Professor Firmino Mucavel, quando disse que em Moçambique ainda não há nenhuma “revolução verde”. Agora é o próprio Governo a reconhecer que a fome ameaça matar em Manica, e veio a público, através do Delegado Provincial do Instituto Nacional de Gestão de Calamidades de Manica, David Elias António, aquando da visita da governadora, Ana Comuana àquele sector. Dados em nosso poder indicam que nos anos 2008-2009, 18.035 pessoas enfrentaram a fome devido à falta de géneros alimentícios. A previsão era de atender 35 mil pessoas, nesta condição. Segundo o delegado do INGC, no presente ano, espera-se que o número de afectados pela falta de produção venha a crescer, visto que, até agora, em Manica ainda há falta de chuvas. A sementeira lançada nos finais do ano passado não está a resultar. Contudo, ainda não há registo de bolsas de fome nesta parcela do país. Antevêsse apenas que possa ocorrer fome, caso não chova, de acordo com o INGC. David Elias disse estarem em curso acções de assistência alimentar, bem como de distribuição de sementes para a 2ª época agrícola 2009/2010 a nível das regiões com maiores probabilidades de serem afectadas pela fome. Se a chuva não cair até ao Abril próximo, algumas populações da província de Manica, poderão passar fome neste ano, principalmente para os distritos nortenhos de Tambara e Macossa, e Machaze e Mussorize, onde há fraca produção de cereais para a alimentação, refere o INGC (José Jeco)
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