Um prato de sopa quente e um pão, única refeição a que tantos seres humano tem direito, neste mundo sem direitos nem leis.
Meninos como este
comendo restos dos restos deitados fora...
Menino criança estende a mão
mas que não chora implora
o pão que tu e eu deitamos fora...
Menino roto maltrapilho esfarrapado
sujo nauseabundo que o mundo passa sem ver
que é criança, tem fome neste seu mundo
sem cor onde o amor se esqueceu de morar
para quem ninguém quer olhar
com medo talvez das mãos sujar criança...
Tão pequeno e já sem esperança
sem dia quando seus olhos deveriam ter
o brilho de criança porque ele é e continua a ser
um menino de rua que mata a fome
dos restos que ninguém quer
sem um grito, um gesto nada,
apenas come o que tu e eu deitamos fora
mas ele é criança, uma criança
que também chora!
São Percheiro