Foi lançado esta quinta-feira, no Instituto Camões em Maputo, o livro “O Pátio das Sombras”, uma obra de contos tradicionais com textos de Mia Couto e ilustrações do conceituado artista plástico Malangatana Valente Ngwenya.
A iniciativa – uma parceria entre a Fundació Contes pel Món e a Escola Portuguesa de Moçambique – procura resgatar os contos orais tradicionais moçambicanos passando-os à escrita.
Coube a Lourenço do Rosário, reitor da universidade A Politécnica, apresentar a obra: “Em termos concretos o projecto visa recolher contos orais, entregá-los às editoras que reescrevem esses contos e por fim, a um artista plástico que dá a linguagem visual a esses mesmos contos.”
E continuou: “A relação entre a escrita, o conto e a cultura é algo de muito singular aqui no nosso país. Sou apaixonado por este mundo de tradição oral. Passar estes contos à escrita é uma forma de não deixar morrer este mundo rural. Dizem que cada velho que morre é uma biblioteca que desaparece. Vamos pôr em causa esta afirmação dizendo: este velho, ao longo da sua vida, transmitiu os seus conhecimentos a outros seres da sua comunidade.
Ele morreu mas deixou uma herança, transformada no tempo e no espaço. Isso é que temos de registar. Os temas permanecem mas a linguagem é que muda, é que se adapta às situações presentes. É tempo de criarmos em Moçambique este universo mitológico que nos identifique como moçambicanos”, exortou.
Mia Couto, na sua intervenção, preferiu realçar o trabalho da equipa que recolheu os contos. “Eles é que foram os grandes deste projecto, por isso o livro foi escrito a muitas mãos. Eu só trabalhei os textos recolhidos.”
No final brincou: “Houve um namoro perfeito entre os textos e os desenhos de Malangatana. O pátio são as ilustrações de Malangatana e as sombras os meus textos”, referiu numa alusão ao título do livro.”
Cristóvão Araújo
A iniciativa – uma parceria entre a Fundació Contes pel Món e a Escola Portuguesa de Moçambique – procura resgatar os contos orais tradicionais moçambicanos passando-os à escrita.
Coube a Lourenço do Rosário, reitor da universidade A Politécnica, apresentar a obra: “Em termos concretos o projecto visa recolher contos orais, entregá-los às editoras que reescrevem esses contos e por fim, a um artista plástico que dá a linguagem visual a esses mesmos contos.”
E continuou: “A relação entre a escrita, o conto e a cultura é algo de muito singular aqui no nosso país. Sou apaixonado por este mundo de tradição oral. Passar estes contos à escrita é uma forma de não deixar morrer este mundo rural. Dizem que cada velho que morre é uma biblioteca que desaparece. Vamos pôr em causa esta afirmação dizendo: este velho, ao longo da sua vida, transmitiu os seus conhecimentos a outros seres da sua comunidade.
Ele morreu mas deixou uma herança, transformada no tempo e no espaço. Isso é que temos de registar. Os temas permanecem mas a linguagem é que muda, é que se adapta às situações presentes. É tempo de criarmos em Moçambique este universo mitológico que nos identifique como moçambicanos”, exortou.
Mia Couto, na sua intervenção, preferiu realçar o trabalho da equipa que recolheu os contos. “Eles é que foram os grandes deste projecto, por isso o livro foi escrito a muitas mãos. Eu só trabalhei os textos recolhidos.”
No final brincou: “Houve um namoro perfeito entre os textos e os desenhos de Malangatana. O pátio são as ilustrações de Malangatana e as sombras os meus textos”, referiu numa alusão ao título do livro.”
Cristóvão Araújo