Por ironia do destino, durante o período de duas horas em que a governadora visitou o infantário deparou com mais uma situação de abandono, com o aparecimento de uma bebé recém-nascida na companhia de uma cidadã que a havia encontrado dentro de um saco plástico, algures na cidade, depois de ter sido abandonada supostamente pela progenitora.
Confrontada com situação, a governadora disse ser imoral e contra os princípios sociais o facto de algumas mães abandonarem bebés nos hospitais, tendo destacado, deste modo, o papel da família na sensibilização e educação da comunidade sobre a necessidade de alteração deste repugnante comportamento.
Lucília Hama deplorou esta situação e disse que “a sociedade deve assumir a responsabilidade de educar os seus membros, visto que os autores destes abandonos são nossos filhos, pessoas que convivem connosco e não devemos aceitar que continuemos a viver deste modo".
Num outro momento da visita, a governante mostrou-se satisfeita pelo trabalho levado a cabo no Infantário 1º de Maio pelo apoio e assistência prestados para o crescimento saudável dos petizes.
Ainda na área social, a cidade depara-se com o crónico problema de marginalização das pessoas de terceira idade, situação testemunhada no Centro de Apoio à Velhice de Lhanguene. No local Lúcia Hama encontrou uma anciã que responde pelo nome de Rosalina Uqueio, aparentando 70 anos de idade e que teria sido expulsa da sua residência pelo próprio filho, acusada de prática de feitiçaria.
Esta realidade, que já está a ser alvo de uma investigação da Acção Social, deixou a governadora da cidade de Maputo num estado de choque, tendo recomendado para redobrar de esforços no atendimento à criança e pessoa idosa das autoridades da Mulher e Acção Social.
A-propósito, ela disse que o idoso é uma “biblioteca” que deve merecer a atenção de todos, em particular da família, tendo acrescentado que o Governo tem vido a melhorar a condição da pessoa da terceira idade através da construção de centros de acomodação, alimentação e assistência.
“Eu posso ler um livro para me informar sobre o passado da cidade de Maputo, mas também se for a pegar um dos idosos aqui presentes poderei ter a mesma informação sobre a história da nossa cidade. Isto só para ver que estes são, de facto, as nossas bibliotecas e que nós devemos protegê-las", disse Hama, para quem o papel da família é determinante para a materialização deste objectivo.
Referir que ontem a governadora da cidade de Maputo realizou uma visita de trabalho ao Distrito Municipal nº3, no quadro do seu programa de governação aberta.
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