Manica/Tete (Canalmoz) – Durante a semana passada, a Polícia deteve dois cidadãos acusados de desenterrarem urnas, para retirar de lá os respectivos cadáveres, para fins desconhecidos. As detenções ocorreram em situações separadas, em diferentes províncias, mas tiveram lugar no mesmo dia (terça-feira), sendo casos análogos, ocorridos nas províncias de Tete e de Manica.
O caso de Manica
No caso ocorrido na província de Manica, a Polícia anunciou a detenção de um suposto exumador de corpo humano enterrado na região do Matsinho, no distrito de Gondola. Bento Furai, tio do falecido, que em vida respondia pelo nome de Lucas Furai, menor de três anos de idade, disse que foi encontrada, no quintal de um dos vizinhos no bairro Dzue, a urna contendo o cadáver do seu sobrinho. Dados divulgados pelo tio da criança falecida indicam que o funeral do seu sobrinho aconteceu no dia 27 de Março e a urna contendo os restos mortais foi encontrada no dia 29 de Março no quintal duma das casas vizinhas. O tio do malogrado teve conhecimento da presença da urna em casa do seu vizinho através de relatos de residentes que presenciaram o enterro da criança. Quando se dirigiu a casa do tal vizinho na companhia da Polícia, foi encontrar, de facto, o cadáver do seu sobrinho. Ainda não se sabe em que circunstâncias teve lugar a exumação do corpo, e não se conhece o real autor deste caso inédito, mas informações indicam que o proprietário da residência onde foi encontrado o corpo se encontra a contas com a Polícia.
Caso de Tete
Por sua vez, a Polícia na província de Tete anunciou, na mesma terça-feira, a detenção de um cidadão acusado de violar uma campa no cemitério de Demaufe, no bairro “Samora Machel”, tendo retirado de lá um corpo de um bebé que aparentava ter seis meses de idade. Segundo contou a Polícia, o referido cidadão levou o cadáver para uma distância de 800 metros do local onde estava enterrado, e amputou os membros superiores e inferiores do mesmo. O autor deste acto macabro chama-se Kefasse Bernado, de 30 anos de idade, casado com duas esposas e pai de oito filhos, informou a Polícia. Segundo a Polícia, este cidadão cometeu este acto por volta das 21 horas do dia 29 de Março. Depois de cortar os membros do corpo do bebé, Kefasse Bernado retornou à sua casa com as partes do cadáver, onde viria a ser descoberto por uma das suas duas esposas, que o denunciou à Polícia, depois de ter sido agredida pelo marido, por insurgir-se contra a sua acção. À nossa reportagem, Kefasse Bernado disse: “Sou profeta desde 1999, e a partir de 2000 comecei a usar a carne humana para lograr sucesso nos meus trabalhos como profeta”. O homem disse isto com toda a naturalidade, mas já sob custódia policial. “Às vezes tenho comprado (cadáveres), mas devo confessar que me sai caro, porque uma perna ou braço varia entre três e quatro mil meticais. Todos os profetas fazem esse negócio e ganhamos muito dinheiro”, disse, aparentemente lúcido.
Destino do cadáver era curar um zambiano
O auto-intitulado profeta disse que o destino das partes do corpo humano que amputou a um cadáver era para “administrar tratamento a um cliente na Zâmbia, que prometia bom dinheiro, caso conseguisse resolver os problemas que apoquentavam a sua família”, disse. (J. Jeco / J. Mirione)
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