Maputo (Canalmoz) – A opressão da mulher constitui uma grande preocupação para as Nações Unidas e para o Ministério da Mulher e Acção Social. O coordenador das Nações Unidas em Moçambique e representante do PNUD, Ndolamb Ngokwey, considera que enquanto predominar a opressão da mulher – que na linguagem eufemística oficial é designada como “conflitos de género” – em Moçambique, será impossível alcançar as metas dos “Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”. Para o coordenador, o ponto mais preocupante é a questão de violência doméstica, que tem vindo a fustigar e a destruir vários lares, o que pode influenciar directamente para que não se consiga alcançar os referidos objectivos. Ndolamb Ngokwey expôs esta ideia durante um encontro que manteve, na sexta-feira última, em Maputo, com a ministra da Mulher e Acção Social, Iolanda Cintura. No encontro foi realçado que a desigualdade entre o homem e a mulher continua a ser um dos principais obstáculos para se alcançar as metas dos “Objectivos de Desenvolvimento do Milénio”. O coordenador disse ainda que a protecção social está entre as políticas fundamentais para promover uma distribuição justa dos benefícios do crescimento económico, assim como um meio de promoção da inclusão económica dos grupos mais vulneráveis, em particular, as mulheres e as crianças. A fonte disse, durante o encontro, que as Nações Unidas têm como objectivo assessorar o Ministério da Mulher na redução das danos e dos riscos enfrentados pelas pessoas pobres e por grupos sociais vulneráveis, especialmente os incapazes de garantir a sua sobrevivência, devido à idade, à doença, à deficiência ou à discriminação. Por sua vez, a ministra da Mulher e Acção Social, Iolanda Cintura, justificou que não tem sido fácil conseguir que a instituição que dirige cumpra a sua missão, devido aos índices elevados da pobreza no país. O encontro serviu para a ministra Cintura apresentar ao sistema das Nações Unidas as principais prioridades do ministério no presente mandato e pedir que continuem a ajudar o Governo de Moçambique na busca de melhores condições de vida para os pobres. (António Frades)
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